Devolvam o Robinho!
O placar está em 30 x 24. O time da casa, em desvantagem, corre atrás do prejuízo e marca gols seriados. Pena que o estilo “bateu, levou” cansa os jogadores – turistas e imigrantes que nada têm a ver com o pato – e a nós, espectadores da partida prorrogada e sem sinais de morte súbita.
Tudo começou a pouco mais de um mês: José Luis Zapateiro, então candidato à reeleição para a presidência do governo espanhol, pediu rigidez na entrada de estrangeiros. A marcação eram colombianos, marroquinos e argelinos. Sobrou para os brasileiros, trinta deles deportados. Reeleito no último domingo, o primeiro-ministro deve mudar a tática de jogo: a economia espanhola precisa dos imigrantes para ocupar funções não qualificadas e mal remuneradas. O Brasil, que também precisa do turista europeu para fomentar sua economia, em represália já deportou 24 espanhóis.
Neste toma-lá-dá-cá, os dois países se deixaram conduzir pelas emoções ( e depois dizem que nós, mulheres, é que somos intempestivas!), insistindo num esquema tático perdedor. A ficha começou a cair no Planalto Central: li hoje que Celso Amorim acertou com Miguel Morantinos uma reunião de cartolas para tentar pôr fim à querela... Mas somente para depois da Semana Santa!
Enquanto Zapateiro era reeleito, na Terra das Alterosas o Mineirão foi palco de um dos piores Cruzeiro x Atlético dos últimos tempos: um jogo chocho, onde prevaleceu a falta de técnica e de preparo físico. A partida, placar final 0 x 0, só agradou aos cães, cujos tímpanos foram poupados dos tradicionais foguetes de fim de jogo. A segunda-feira pós-clássico foi atípica, triste e incolor, sem as piadinhas usuais para espicaçar o adversário ou as camisetas de time, uniforme obrigatório do torcedor vencedor nas ruas.
A Páscoa de conciliação hispano-brasileira ainda demora. Melhor é aderir à campanha que José Simão lançou na Folha de São Paulo. Para acabar com a beligerância entre os dois países, ele propõe que as relações voltem à estaca zero: entregamos a Telefonica para os espanhóis e eles nos devolvem Robinho. Proponho melhor: em lugar da Telefonica ( o serviço é ruim, eu sei, mas o filho do Fernando Brandi trabalha lá e vai que o cronista fica chateado e pára de escrever seus textos bem humorados no RL...), a gente devolve os bancos Santander e Real para os espanhóis. Em troca, para o bem do povo mineiro, eles liberam Ronaldinho Gaúcho e Robinho, um para o Atlético e outro para o Cruzeiro.
Robinho vem pro Cruzeiro, pedi primeiro!
E a gente vai pra galera...