Meu gosto por loucos
Caro amigo(a)-colega(a)-leitor(a), cheguei a conclusão de que gosto de pessoas loucas. Me atraio por pessoas insanas. Mas não é qualquer loucura. Tem que ser uma insanidade incomum. Por exemplo, alguém que chame atenção pela sua personalidade. Não, não vale citar Britney Spears nem Michael Jackson. O mundo do pop está cheio de personalidades chamativas e apelativas. E não só o pop, diria que o mundo da música em si tem lá suas proezas humanas. Entretanto, a loucura que me refiro é algo mais pessoal do que se imagina. Talvez provém das riquezas de interpretação, de sobrevivência, de dar sentido a esta vida tão descomunal que é a nossa. Pense bem, vivemos dentro de uma rotina. Até o preguiçoso e o vagabundo tem a sua. Eu já me declarei totalmente contra o “cotidiano repetido habitualmente”. Acabamos nos conformando a isso. Aí damos valores aos apegos materiais e por conseguinte, insignificantes. Afinal, trabalhamos tanto, estudamos até o nosso cérebro explodir, seria justo aspirarmos à um bom emprego, à uma boa renda mensal, à uma conta bancária estourada em Euros, à um carro de classe mais sofisticada e moderna. Tudo seria justo e justificável em nossa vida urbanizada pela costume e pelo conformismo. Não posso esquecer de que nos apegamos a paixões supérfulas em nossa jornada vitalícia, como uma banda e/ou um cantor, um time de futebol e por aí vai. Falo isso por experiência própria. Também sou humano, e por ter nascido como um, devo mencionar a natureza de nossos relacionamentos. Já comentei com alguns conhecidos sobre a impaciência de quem não consegue ficar um minuto se quer sozinho, não consegue ficar sem namorado(a). É incrível. O sujeito sai de uma relação e já entra de cabeça em outra. (De cabeça da forma mais literal possível). Mediante estas descrições vindas de um lado obviamente parcial, que é o meu, eu lhe pergunto: Como seria a vida habitual de um louco? Um louco que me atraia, que fique bem claro.
E aí? Já pensou? Então reflita mais um pouco.
Já tem a resposta na ponta da língua ou não?
Bom, eu responderei. Assim quando em uma breve manhã de verão nevar. Quando eu me tornar conservador. Quando Hugo Chávez e George Bush forem amigos e tomarem chá com a rainha Elizabeth. Quando voltarmos a usar máquinas de escrever no lugar dos computadores. Quando trocarmos o carro pela bicicleta. Quando racionarmos água. Quando cuidarmos mais de nosso planeta. Quando não houver mais qualquer tipo de preconceito no mundo. E quando o Brasil for um país de política estritamente honesta.
Quando tudo isso acontecer nesta ordem, eu conto que tipo de louco me atrai, se até lá esse louco existir. Como diria Lavoisier: Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Inclusive os gostos por loucuras.