ETA ! JÁ TÔ SEM CUSPE !.

É como se eu tivesse esquecido. E ops, chego a me deparar com um monte de caixas de envelopes, (Pronto, foi o suficiênte prá minha aminêsia dá um estalo e sumir). Chegou mais uma vés o périodo de colocar todas aquelea correspondências no correio, (Via mala direta, mais tinha que colocar). A cada dois mêses, o gabinete envia informativos para os interessados.

Ora. Eu havia esquecido o périodo de tudo aquilo. E depois do susto, caí na real. Sentei-me na cadeira. Respirei fundo, e lá fui. Seriam quatro mil etiquetas com o endereço do parlamentar. Quatro mil etiqueteas com o endereço dos futuros eleitores, mais quetro mil celos. Claro que não seria num único dia, eu téria uma semana para tal, mesmo assim, é de arrepiar, eu arrepiei-me , e logo voltei ao normal.

Lá pelas tantas, de envelope em envelope, eu já fazia a coisa mecânicamente. Batia de um lado, batia duas vezés do outro, e jogava num canto. Começou com um montinho, logo, logo já era um montão.

Os endereços, há, esses eram os mais loucos possíveis. Baixa da égua, rua do piopio, rua do céu, beco do inferninho, alto do peru, pau miúdo, beco da onça e por ai vai. Eu não sei se é o povo que mora nos lugares mais remotos ou o voto vai onde o eleitor está.

Como as correspondências eram iguais, eu já conhecia o contéudo , mais o seu destino, Há isso só Deus sabia. No decorrer da empreitada, eu já me sentia alto didata em conhecer a cidade, de cabo a rabo, beco nenhum escapava, o cep então , eu já matava a pau. Engraçado mesmo, era alguns sobrenomes, eu já me acostumara.

Enfim, transporte-os para a mala direta, livrei-me daqueles envelopes pardos, daqueles celos amarelos, daquelas etiquetas brancas, daqueles endereços, daqueles sobre-nomes, daqueles informativos, que certamente iriam levar do parlamentar suas propostas.

Que os caros eleitores me perdoem mais, se alguns envelopes chegarem quase abertos, é porque eu já tô sem cuspe.