As mulheres dispensaram o Pinto!
Preocupado em homenagear as mulheres, a maioria do eleitorado daquela pequena cidade de interior, onde os homens as engravidam e seguem para o trabalho em São Paulo, e alguns até nem voltam, o prefeito preparou uma bonita festa. Com os postes das principais ruas repletos de balões azuis, “afinal elas pedem cada vez mais igualdade”, pensou! Contratou uma banda de primeira, dessas que ninguém deseja uma segunda apresentação, e providenciou uma bateria de fogos pirotécnicos que imaginou serem os mais desejados pelas mulheres. Ás cinco da manhã a banda municipal saiu às ruas em “alvorada festiva” acordando quem não era mulher e as mulheres que naquele dia especial queriam o direito de dormir até um pouco mais tarde!
Neste dia o discurso seria da terceira-dama, pois ela receberia simbolicamente a prefeitura do “pinto que cantava de galo na cidade”, como gostava de ser lembrado pela oposição o Dr. Cornélio Pinto, que assim não teria perigo ver os fundos serem mexidos porque era sábado. Também sendo aquela mulher que, embora conhecendo a sua roupa-suja, certamente não lhe traria ameaças, pois já até a prometera casar após sua “gestação na prefeitura”. Queria estar seguro que nenhuma aventureira desejaria se perpetuar no cargo! Preparou um discurso a ser lido pela “prefeita interinamente simbólica”, e no recadinho pensava em homenagear, exaltar, e garantir os votos daquele montão de mulheres da pequena cidade.
Á tarde chegou, e na falta de tantas rosas que seriam necessárias para todas as eleitoras, distribuiu as presentes apenas uma mensagem reproduzidas no mimeografo em meia folha com as bordas desenhadas como se fossem pequenos diplomas, amarradas por fitinhas verdes e amarelas, onde se lia: “Não esqueça de re-validar-me esta homenagem me reelegendo-me em 2008”, todas as homenagens foram pensadas, exceto o sorteio de algum presente que trouxesse maior atração naquela tarde. Um carro pipa foi estrategicamente centralizado na praça, com o enorme mangueirão balançando para todos os lados “para diminuir o calor da mulherada”, bem lembrou o prefeito.
Enfim o momento principal das homenagens, os fogos subiram aos céus, e por falta de previsão de hora o colorido da pirotecnia não foi visto nem pela visão escura do prefeito. Eis então que locutor anunciou a “terceira-dama simbolicamente prefeita e discursatriz da noite”. O papel com o discurso pronto foi embrulhado junto com os “diplominhas”, e não houve alternativa senão a mulher improvisar por suas próprias idéias ai ela diz: “O prefeito já entrou no quarto ano de mandato, no terceiro se ajuntou comigo, então nada mais oportuno que sortear para as que quiserem a vaga de quarta-dama, pois já me cansei de lavar roupa, fazer comidinha, e ter que engolir duras tarefas”, e aproveitou a concentração e o foguetório do prefeito e lançou a sua própria candidatura “Mulher em 2008, a hora de tudo ficar cor de rosa”... Cornélio nunca imaginou que as mulheres, já acostumadas com ausência dos maridos, dispensassem também o Pinto da prefeitura!
* * * * * * * * * * * *
Comentem, por favor...
Ou o pinto permance dentro...
Da prefeitura!!!
EM TEMPO (Hoje dia 14 - 11:30 da manhã, consta que esta crônica foi lida por 95 (Noventa e Cinco) pessoas que nada pagaram para isto, e até o presente momento NENHUM comentário pró ou contra!!! Das duas uma; ou só abriram e não leram (pouco provavel), ou os que leram são poetas cheios de preguiça. Pois doravante só comentarei para quem comentar aqui... ISTO DESESTIMULA!