Infratores da Lei (e da Língua?)

Certa vez, passou na Tv uma insólita in-quete:

– Qual seria o correto: Cemitério ou Sumitero?

Mas sacanagem isto aqui, pelo amor de Deus: Uma câmera ligada e um cara muito bem trajado, a pôr em dúvida uma questão que já deve ter batido à porta de gente mais humilde!

[Houve um até que, fugido a uma outra pergunta e quase a tapar o rosto, segredou(?):

– Sei, não! Eu num sou daqui, não!]

Mas com relação à impagável Lingüística, fala muito mais alto a sabedoria popular:

– "Sumitero"! Por quê?! Rapaz... é porque eu penso que é lá onde os pessoal some ...né?!

E riu-se descontraidamente.

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Portanto, sem ironia, aquele senhor, talvez entregue à labuta desde os seus doze anos e, se não me engano (até aquele dia), feirante, procurou um sentido ao que disse.

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Porém, agora... o que proponho à vista? Uma janela aberta, carro de som, holofotes, chuva de pétalas, e...:

– Fulana, eu só queria dizer a você duas palavras: Eu ( – Pô, ainda pensou em consertar o rapaz, mas... emendou nas coxas, de uma vez:) te(-)amo!

Se pra quem disse tal absurdo já foi um crime, imagine-se, então, um grande assalto, com homens fortemente armados, não vingar por uma letra?!

Tudo muito bem, vá lá: Usar, uma vez ou outra, de terno e gravata, engraxar só um tiquinho o Português, lavar a boca e até fazer bom uso da voz, a cantarolar, inteirinha, pr'uma senhora (que tenha observado:) muy beata, viúva, com filhos tardios e aposentada, mas que também vive de gatos ( – Aí, vocês decidem: Uma companhia de gambiarras ou churrasco.) a primeira parte ( – Meu Deus... Nem filmado, vê-se um jogador que decore!) (d)o hino brasileiro!

E isto, é claro, protagonizado por um sujeito (para os nossos padrões "europeus" de beleza) boa-pinta: voz muy grave ou não tão fina, pele de anjo, fios loiros ou castanhos, olhos verdes ou azuis, porte militar...

Daí, em diante, é fazer, com ótimas embalagem e lábia, uma boa alma de besta ou aplicar, para bom entendimento, o golpe lent(íssim)o e velho de um particular vigário!

E é óbvio que a tática se estende a famílias inteiras (interioranas ou não) ou a tipos surradamente solitários, como um... vejamos... ex-mágico de circo, por exemplo (interiorano ou não)!

Mas aqueles outros bandidos, que deram e dão ainda (– Só por Deus!) umas boas horas de risada a gramáticos e/ou nerds de plantão, não são, de forma alguma, atualizados, sinto muito(..).

[Quero, agora, ver se consigo ser prático: Certa vez, conversando com um poeta e um soldado ( – Não, não era um sonho ...com Luís Vaz de Camões!), o primeiro, que não era daqui de Teresina, mas de uma outra cidade do Sul do Brasil, admirou-se demais pelo teor de cultura daquele pra quem ia dar uma oficina – e eu ali, de gaiato!

Mas pra se ver, não é? Quantos mundos em um só país!]

Hoje, "meus caros" meliantes, a segurança pública ou a privada é composta por um sem-número de universitários, formados ou não: Engenheiros, biólogos, médicos, professores...

Portanto, se não for pra roubar galinha ou fazer "mágica" (em dupla) com três copos, "meus camaradas", é bom ralar um pouquinho!

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Hunf! Não sei por que motivo, mas não paro de pensar no Pasquale rindo!

a 12-11-07