Caminhos e trilhas
Quem gosta de caminhar pelas florestas que temos perto das nossas cidades, desfruta de um prazer inigualável.
O Rio neste ponto é privilegiado, pois a Serra do Mar entra pela cidade adentro.
Os meses que não ter “r” são os mais indicados; temperatura amena e quase não chove. Era regra, que aos poucos vai mudando com o famoso aquecimento global, que não vai fazer parte deste passeio.
Bastam um bom tênis, meias pouco longas para não arranhar as pernas, uma bermuda forte e uma mochila com o seu lanche de preferência, um canivete ou faca com bainha e uma lanterna. Estamos equipados.
É só escolher o lugar. Quem não o conhece, precisa de um guia. Caso a picada seja bem nítida e freqüentada, o guia é dispensável.
Quando damos os primeiro passos, parece que o mundo mudou! O cheiro forte da terra, a frescura envolvente, árvores seculares, outras pequenas e uma espécie de grama que não é vista senão no seu habitat, forte, grossa, gostosa de pisar...
Águas cristalinas de quando em quando. A água é inodora, insípida e incolor. Assim é descrita fisicamente. Qual! A que brota da pedra rasgada, fria e bela de se olhar vertendo, apanhada quando sai da fonte tem cheiro, sabor e cor. Cheiro de terra e de pedra, sabor difícil de explicar – só que já tomou pode dizer – e a cor é transparente, não é branca como o disco de Newton girando veloz. O mais interessante é que ela muda de temperatura, de acordo com as nascentes. Um recipiente para trazer a água é indispensável, mas o gosto é muito diferente.
O prazer é indescritível, flores silvestres das mais variadas cores, algumas bem pequenas, outras exuberantes. Córregos que aumentam a sensação de frescura, pedras amontoadas. A água dos riachos não deve ser bebida; embora limpa, ela serve para refrescar pequenos animais, que sempre contaminam. Os verdes são tantos que nem as melhores palhetas conseguiriam igualar uma pequena parte.
O ar puro que se respira. É bom caminhar calado: o som do silêncio da floresta entra na nossa alma.
Quando se quer acampar, passar a noite na mata, não é tão simples assim, exige experiência.
Mas nada como sair com amigos ou família e desfrutar destes momentos.
Pensando em tudo isso, lembrei da excursão recente.
Na mata fechada
A pedra muito molhada,
Em pleno verão.