8 de março - Dia da mulher
Nas festas natalinas, eu senti alguma coisa estranha no meu seio.
Meu vestido branco do revelion roçava e eu sentia algum desconforto, na altura do seio esquerdo.
Estava tendo dores.
Visitei minha ginecologista, que parabenizou-me pela rapidez que a procurei e, imediatamente recomendou cirurgia.
Mastectomia total de mama esquerda.
O meu mundo desabou em segundos. Uma nuvem negra pairava na minha cabeça.
Lembranças de milhões de mulheres que se foram por isso.
Artistas, esposas de artistas, escritoras, gente comum, e eu.
Por que eu?
Um medo terrível tomou conta toda de mim.
Acho que vergonha, complexos, fragilidades e desespero por vários dias.
Meados de fevereiro submeti-me à cirurgia.
Os médicos disseram que era restrito ao seio e, que a chance de cura total era consideravelmente possível, após a quimioterapia.
Logo na segunda semana pós início da quimioterapia, comecei a sentir as náuseas, fraqueza geral, cansaço, mas por outro lado, confesso que também comecei a sentir uma luz me dando força, entusiasmo, confiança.
Na terceira semana, meus cabelos começaram a cair, cair, como previsto.
Eu não quis raspar a cabeça. Eu já estava forte emocionalmente e queria vencer todos os obstáculos físicos e emocionais.
Acreditava na ciência, e na minha fé.
Três semanas atrás, eu acordei muito melhor fisicamente, e notei que só tinha três cabelos na cabeça.
Me enchi de disposição, e com muita alegria pensei:
- Que bom, tenho três cabelos, hoje vou fazer uma trança.
Duas semanas atrás, amanheci com dois cabelos.
Com mais alegria ainda, pensei:
- Que bom, vou reparti-los ao meio e vou sair às compras.
Ontem eu acordei, só tinha um cabelo.
Com o coração feliz, pensei:
- Que bom, hoje vou fazer um terere, que sempre tive vontade e nunca tive coragem de fazer.
Hoje acordei, totalmente sem cabelos.
Com todo meu corpo em paz, meu coração feliz, porque sei que daqui a seis meses estarei curada e meus cabelos todos estarão de volta, pensei:
- Que bom, hoje vou orar a meu Deus, agradecer ter descoberto a tempo, agradecer por estar viva, e comemorar por estar aqui em mais um 8 de março,
Dia da Mulher.
Homenagem as esposas e filha de amigos que lutam com esperança é fé para certamente ganharem essa batalha.
Visite regularmente seu ginecologista
Gentil supervisão médica Dª Albertina - Betina@uol.com.br
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