Ferrramenta da Vida
Muitas pessoas já me perguntaram que tipo de pessoa eu sou. Quem ou o que sou por dentro. Como sou na verdade. Perguntam tanto isso, por que sou uma pessoa introvertida que pouco demonstra de si mesmo. Se por acaso me perguntam por que sou tão fechado apenas respondo:
- A vida me moldou assim.
Existe algo que me define muito bem, um outro termo que gosto muito. Antes de dizer isso que sou, quero explicar algumas coisas. Além de introvertido sou alguém muito pessimista - e gosto disso! Não vejo o pessimismo como uma coisa ruim, na verdade é quase uma filosofia de vida. Claro que com o pessimismo a expectativa da pessoa para que algo ocorra diminui e logo a pessoa se sente desanimada para aquilo. Mesmo assim gosto de pensar o seguinte: "Pessimismo é apenas um modo de se preparar para o pior...".
Certas vezes fico pensando no futuro e tento ver minha vida daqui a muitos anos. Esses pensamentos meus são tão profundos e meticulosamente elaborados que eu já até imaginei minha morte. Por conta de meus pessimismos sempre que traço a linha da minha vida, minha morte é solitária. No fundo todos nós morreremos sozinhos, numa cova funda e sem escapatória, nossos corpos isolados por um caixão.
Sou agnóstico estrito. Isso quer dizer que eu acredito que Deus exista, mas não acredito que nada no mundo possa entender o divino. Talvez numa outra vida, se ela existir realmente. Acredito que Deus é uma força que nos envolve sem percebermos e que suas intenções nunca serão entendidas. Acredito que ele é a vida. O que é a vida? Essa é a pergunta de respostas mais desconexas que existe (em minha opinião, claro!). Deus também é "algo" cheio de respostas mais inexatas (também em minha opinião, claro!), esse é um dos motivos pelo qual acredito que Ele seja a vida.
De certa forma acredito no destino, sei que é meio impossível acreditar em Deus e no destino, mas acredito. O meu destino, como eu gosto de ver, é uma tênue linha que segue reta, que nós podemos distorcê-la se assim quisermos, mas que, se deixarmos, o destino pode nos guiar por si só.
Agora, se você pegar a última frase que citei e substituir a palavra "destino" pela palavra "vida" você perceberá, talvez, algum sentido nela. Acredito nisso, que Deus é a vida, Deus é destino, uma mão que nos guia sem percebermos, mas de propósitos desconhecidos. Afinal, onde a vida pode nos levar?
Juntando todos esses pensamentos: Deus, destino, vida, pessimismo. Imagino a vida como uma linha reta. Linha essa que certas vezes é acompanhada ou acompanha outras "linhas da vida", talvez com ambas até se cruzando e entrelaçando firmemente para formar uma nova linha. Nós traçamos essa linha. Nós escolhemos quão reta ela é, e por onde segue, mas se não quisermos isso ela nos guiará espontaneamente. Todas as surpresas que temos na nossa "linha da vida" são causadas por conseqüência da "linha da vida" de outros. Nisso que acredito.
Finalizando, eu praticamente não tomo o controle da minha linha. Gosto de me sentir guiado por ela na maioria das vezes. Gosto de me deixar levar. Gosto de pensar que sou um instrumento, uma ferramenta. Algo que a vida usa como bem quer. Pois é isso que sou, acredito e gosto de ser.