Sem louros...
Na verdade espero que a piada da quarta-feira me faça rir no sábado. O fato é que para beber leite tornou-se necessário cair à vaca em cima de mim. Consinto: o meu neurônio está morrendo, sozinho, na terra da desolação. Mas procuro uma canção de ouvido. Peço para que soprem a minha orelha para ver se mudo de idéia. Mas só as idéias mudam?
Acredito de boa-fé em tudo. Que minha gravidez masculina é falsa por razões óbvias. A gravidez do chope eterno no homem de respeito e terno. Para meu desespero sonhei que todas as mulheres grávidas eram minhas. Acordei suando frio pensando que em cadeia para quem não paga pensão alimentícia no tempo da igualdade.
Neste desencanto não há nenhuma razão para meus olhos brilharem. Eles não brilham nem com flash na orelha. É impossível cair em confusão, se já nasci confuso.
Quando olho nos meus olhos vejo o fundo da minha cabeça.
Passo dias e dias tentando afogar peixes na água. Atiro pássaros do penhasco para matá-los. Precisando de folhas? Subo na primeira árvore da rua e a vontade que tenho é de ficar lá. Para diminuir o aluguel.
Não raro sou eu mesmo quem usa o “liquid paper” para apagar os erros na tela do computador. Fica absolutamente claro que só recebo fax selado.
Gasto minhas horas limpando clipes para obtenção de maior brilho.
Tarde da noite percebo o quanto é complexo comer uma banana, pois não consigo achar o zíper da fruta. Não, eu não como bananas! E desisto. Vejo uma tremenda graça em Mara que dorme com as pernas abertas. O seu caixão terá de ser construído em forma de ipsilone. Deixo registrado aqui o meu expresso desejo de ser enterrado de lado. Esquife especial porque nunca durmo de barriga para cima.
Quanto ao sexo? A idéia que faço do sexo seguro é fechar a porta do carro. Corrijo a propaganda politicamente correta sobre sexualidade. Ela deveria vir no plural: use camisinhas!
Esperto que sou nunca empresto minha escova de dente quando me pedem. Peço desculpas, mas para transferir algum dado acabo remetendo cubinhos com pontinhos de um a seis via postal.
Claro, quando o vaso Ming cai, digo imediatamente: “tudo bem, não me machuquei!”.
Quanto aos rumos? Sigo a rota do elevador...