O QUE VOCÊ COME NO SEU PRATO ?

Bateu palmas até me ver chegar a janela. Olhei, ainda sentia-me sonolento, não conseguir logo de imediato identificar de quem se tratava. Voltou a bater palmas, logo depois passou a gritar. Ô de casa, Ô de casa. Ô de fora responde, (Buscando não ouvir mais a gritaria). Ele olhou para a janela, saudou-me, (Parecia-me envergonhado e desconfiado.

_ Bom dia sr. como vai passando?

_ (Respondi que estava bem, mesmo estando sonolento).

_ (Ele continuou). _ Eu e ela, estamos pedindo ajuda, qualquer coisa serve. (Bem, o ela eu ainda não havia visto, mesmo assim, fixsei o olhar para a frente do portão, ela apareceu, aliás, ela só não, elas, eram duas, sorriam desconfiadas.

_ Agurdem um momentinho, (Solicitei). Mesmo sonolento, tinha quer recompor-me para ir atêndelos.

Segui pelo corredor que dava acesso ao portão de ferro, ao longe fui buscando identificalos. Um homem negro, alto, magro, maltrapilho, acompanhado de uma mulher e uma garota que aparentava ter nada mais que uns 09 anos, ambos carregavam sacos de alinhagem, e alguns objetos. Aproximei-me.

_ Bom dia, (Saudei-os). Eles desconfiados, aproximaram-se do portão.

_ Bom dia sr. desculpe se estamos encomodando logo cêdo, mais é que estamos pedindo algo prá comer, tamo sem comer desde ontem.

(Olhei-os demoradamente tentando identificalos melhor).

_ Eu e as meninas, tamo morrendo de fome, se o sr. pudé nos ajudá, nós agradece.

Logo de início, tive que realmente acordar, enquanto o ouvia, pensava no sonho da noite passada.

" Eu estava numa festa, com vários amigos bebendo e comendo de tudo que tinha direito, lembro ainda, que boa parte de tudo aquilo estava sendo jogado fora por simples desperdício, coisa que eu sempre condenei. Então acordei chatiado. Olhando agora para aquele quadro, pensei, como as vezés somos egoistas, ao desperdisar-mos tantas coisas que a vida nos oferece. Pedi que esperacem um pouco. Fui até a cozinha, procurei pela geladeira, no armário, o que encontrava pela frente fui colocando numa sacola. Retornei ao meus interlocutores, encontei-os sentados no batente do meu portão, (Levantaram sorridentes ao ver-me com duas sacola nas mãos). Abrir o portão, entreguei-os as sacolas. Eles agradeceram e saíram sorridentes. Fiquei a olha-los a seguir pela rua, e pensei.

"Como as vezés somos egoistas, e desperdiçamos tantas coisas que a vida nos dá."