Primeiro dia como taxista
Para aumentar um pouco minha renda familiar decidi trabalhar de taxista aos finais de semana, essa semana que passou foi o meu primeiro dia como taxista e minha primeira cliente foi uma senhora que aparentava ter uns 75 anos. Muito simpática eu a levei na Rua Navarro, ali perto do Catumbi, logo depois do supermercado Presunic, subi todo aquele morro e fiquei esperando em sua porta, pois ela iria a outro local. Quando eu estava lá vi que na rua passava vários homens armados, não falaram nada comigo, afinal de contas eu não oferecia nenhum perigo, eu era apenas um taxista que iria pegar uma moradora do bairro. Esperei uns dez minutos, confesso que achei que ela não iria mais, levei-a para a Av. Rio Branco e ela novamente pediu-me para esperá-la, não demorou muito para que a senhora aparecesse, aí então ela pediu-me para levá-la para casa, lá fui eu. Quando cheguei à porta de sua casa, ela com muita educação me pediu para que eu levasse suas bolsas para dentro da casa, atendi prontamente, logo depois ela me ofereceu um café que aceitei, pois já era tarde, enquanto tomávamos café homens armados desciam a rua, ela olhou para mim e disse que nem sempre aquela rua foi assim, tão violenta, quando ela era criança, costumava brincar de pique esconde e as crianças não tinham nenhum receio de ficar na rua até tarde. Era uma época boa e que traz saudade.
Tomei meu café e a agradeci por tudo, mas fiquei pensando sobre aquela tranqüilidade que aquela senhora me falou, fiquei pensando o porquê de hoje está assim, tão violento.