Da central a Olaria
Hoje por volta das 17:00h, eu passava na central do Brasil e vi um vendedor um pouco diferente, ele vendia um tal de óleo de peixe elétrico, servia para tudo dor nas costas, pressão alta, pneumonia, artrite e outros que ele falou. Vi que muitas pessoas compraram o tal óleo; ele vendia várias coisas além do óleo, vendia uma pomada que era uma maravilha, pomada para cravos, dores nas pernas, e outras dores, fiquei o vendo falar com a multidão uns cinco minutos, logo depois entrei na central, aliás, toda vez que entro na central do Brasil me deslumbro com aquele salão maravilhoso, em minha opinião é uma das obras mais bem feitas para a classe pobre, só perde um pouco quando a gente entra nos trens, pois a maioria deles não tem ar condicionado e quando o começa a correr balança que parece que vai descarrilar.
Peguei a linha que faz Central x Saracuruna, não tinha lugar para sentar, não liguei, afinal eu ia apenas a até a estação de Olaria, fiquei em pé olhando a janela e fique meditando o porquê que o Rio tem tanta coisas lindas e tantas coisas perigosas, contei do lado direito do trem, pois era o lado que eu estava, 40 pessoas fumando craque encostadas nos muros que protege a comunidades da linha de trem. Por quê tanta beleza e tanto descaso?
Quando cheguei a Olaria fui a pé para meu apartamento, quando subi fui até a janela, pois havia uma briga lá fora, eram dois homens se matando para decidirem quem ficaria com o lixo daquela rua. Às vezes acho que os homens pararam de pensar, pararam de amar, penso que na mente de alguns homens, devido à situação atual do Brasil, está regredindo, o homem está voltando a ser animal.