Viajando com os Rouxinóis
De Edson Gonçalves Ferreira
Para meu querido amigo maestro Tonico Gontijo e coral
Rouxinóis de Divinópolis
Quem pensa que só a Alice conheceu o País das Maravilhas, que só o Peter Pan voa, que só Narizinho conheceu Dom Quixote, que só Pinóquio viveu aventuras fantásticas, está redondamente enganado. Eu também já vivi histórias incríveis e, algumas delas, foi viajando com os Pequenos Rouxinóis de Divinópolis que, de pequenos, eles nada têm. A história começou há muito tempo atrás quando, ainda, o coral só tinha uma Kombi. Mas quê Kombi, meu Deus!...
Hoje, todo mundo, talvez, conheça um pouco dos Rouxinóis, pois eles já gravaram vários CD´s e, inclusive, com participação do nosso incrível cantor e compositor, também mineiro, uai, Milton Nascimento. Naqueles tempos da Kombi, ainda não tínhamos façanhas como essas, porém já viajávamos pelo Brasil a fora. Lembro-me bem que, uma vez, fomos para Sete Lagoas, visitar o coral de lá, regido pelo Maestro João.
Imaginem um Kombi com dois jovens adultos, ou seja, o Maestro Tonico e eu e um bando de meninos que, com autorização dos pais, iam para a aventura de conhecer outra cidade e mostrar a sua bela arte. Várias vezes, tínhamos que parar na estrada, porque o pneu da Kombi furava ou o motor da Kombi dava problemas. Tudo, contudo, era festa, pois tínhamos Deus do nosso lado. O coral sempre se dedicou ao belo canto e, nesse aspecto, canta, até hoje, em casamentos e missas e todas as vezes que a Igreja precisa dele.
O mais interessante, contudo, é que o sonho nosso: dos Rouxinóis e meu se realizou e, ainda, sonhamos. Hoje, antes de escrever esta crônica, liguei pro Tonico, o maestro que, agora, além do coral, tem uma orquestra de câmara, sim, com meninos de dez anos tocando violinos, violoncelos, violões, órgão, piano. Eles se apresentam divinamente e não poderia ser de outra forma, uma vez que mora na terra do Divino, né?
Quem não conhece o Recanto dos Rouxinóis em Divinópolis precisa conhecer. É como entrar no País das Maravilhas de Alice e, invés de encontrar a Rainha de Copas que corta a cabeça de todo mundo, encontrará crianças maravilhosas e um jovem vovô chamado Tonico Gontijo que é o mágico dali.
Até hoje, imaginariamente, viajo com os Rouxinóis. Hoje, até cantei a Ave Maria dos Rouxinóis, uma cantiga que aprendi quando era criança e cantava, ainda, no Santuário de Santo Antônio. Não havia o coro Os Rouxinóis, mas eu já cantava sob a orientação de Frei Joel, de Frei Respício e, depois, orientado por Djanira Luiza dos Santos, Jacinto Guimarães. Quando canto – mesmo que não saia perfeito – não sou cantor profissional, minh´alma chega até Deus.
Olha, gente, escrever poesia e cantar talvez seja a viagem mais fantástica que nós, seres humanos, nesta vida, podemos fazer: viajar através da poesia e da música e, mesmo que alguns críticos falarem mal, não tem importância, vale a viagem feita. Nós, dos Rouxinóis, queremos agradar todo mundo, mas primeiro a Deus. E, se você ainda não conhece Os Rouxinóis de Divinópolis, providencie, porque está saindo o novo CD “Os sinos da Catedral”, Tonico me contou agorinha mesmo, sô!
Divinópolis, 01.03.08