O amor e o mosntro

O amor e o monstro

Tem um monstro dentro de mim. Ele chega de arroubo, não é de mansinho não...

Tem data certa para chegar, e não falha nem um mês.

Eu sei quando ele está prestes a se manifestar. Vai chegando, chegando...

O primeiro sintoma é uma choradeira desmedida. Não importa o motivo. Seja de felicidade, de ódio ou de dor.

Nem precisa de motivo, vem assim se desmanchando em corredeiras pela face. O dique estourou e não adianta correr, a corredeira vai te alcançar.

Aqui, todos já sabem. O monstro está chegando.

O segundo sintoma é que, a raiva está presente (nem a vacina pode combater). Está correndo nas veias, exalando pelos poros. Da rosa não sobra uma pétala, apenas espinhos, doloridos, venenosos...

De beleza não tem nada. O monstro é disforme. Carranca esburacada, vermelha e irada.

Corpo de mamute, inchado, dolorido e espinhoso. Melhor não tocar, até hoje não ficou comprovado, mas acho que pode ser contagioso.

Deus me livre de um dia ter que me enfrentar. Por isso até mesmo no espelho eu tento me evitar.

Pra manter a sanidade familiar. Evitar dores e contágios o monstro usa um anel vermelho.

De tamanho considerável a fim de que possa ser notado a grande distância.

O anel sinalizador (literalmente ele sinaliza a dor). Quando no dedo ele está, é sinal de perigo no ar. Sinal de que o tempo pode fechar. O pranto desaguar (o monstro é um chorão, e tem o poder de fazer os outros chorarem também).

Derepente a calmaria. O tempo abriu. Tem sol e flor. Sorriso, abraço e carinho. O monstro partiu. Assim como chegou do nada, foi embora para o nada de onde nunca deveria ter saído !

Quem agüenta isso?

Só a família doce que me escolheu! Como é terno o amor (e haja amor..rs...).

Amor incondicional que é capaz até de amar um monstro!