A chuva e o vento
Em meio a uma tarde cinza de São Paulo, pessoas reclamando e xingando, esperando a chuva cair. Uma dupla de jovens amigos saía do trabalho, o céu apesar de cinza não deixava que uma gota de água deslizasse até o chão.
Os amigos seguiam em direção a estação sorrindo e brincando, coisas típicas de uma sexta-feira. Faltava apenas um quarteirão quando a chuva torrencial teve inicio. Com apenas um guarda-chuva começaram a correr, tentando segurar o guarda-chuva com toda força fugindo do vento, enquanto um puxava de um lado, o outro puxava do outro, dizendo que o outro pensava apenas em proteger a si. A correria continuava, com os óculos cheios de gotas de água um deles já nem enxergava, quase foi atropelado e levou o amigo junto, os companheiros de trabalho que vinham logo atrás deles riam por ver os dois tão atrapalhados, os dois nem perceberam os outros e continuavam a brigar, tentando descobrir qual era a direção do vento e como não se molhariam, o guarda-chuva foi conduzido em todas as direções possíveis.
Ao chegar à estação foi um alívio, estavam fora da chuva, os dois se entreolharam e perceberam: ambos estavam ensopados, todas as pessoas olhavam para os dois, depois de um olhar sério, que dizia: “a culpa é sua”. Não restou nada além de dar uma boa gargalhada, afinal, assim que chegaram a estação a chuva parou e além de tudo, não é todo dia que se vê um amigo parecendo um pintinho molhado. As pessoas passavam por eles sem se quer entender por que estavam rindo. Afinal tinha parado de chover, estava frio e os dois estavam molhados. Por que alguém riria nessa situação?
Eles estavam molhados, juntos e felizes, pois esse foi um daqueles momentos raros em que as pessoas estão presentes de corpo e alma.