Santiago e o Chile : não é para amadores (1)

Uma das paisagens mais impressionantes que se pode ver da janela de um avião é a Cordilheira do Andes. Quem já foi ou voltou de Santiago durante o dia sabe do que eu estou falando: 10-15 minutos, sobrevoa-se uma seqüência de montanhas que, em qualquer época do ano, têm os picos nevados. No inverno , claro, imensidão escarpada e branca numa altura que parece tão baixa que se tem a impressão que a barriga do avião vai raspar nos picos mais altos.

Mesmo durante alguns meses de verão em que a neve em sua grande parte já derreteu, vêem-se lagos de águas límpidas e geladas nos vales verdes que afloram entre as montanhas , ávidos na busca de um pouco de ar após longos meses cobertos pela neve que apenas lhes deu um tempo para rever e serem aquecidos diretamente pelo sol.

Logo após ultrapassar a cordilheira, já o avião inicia um mergulho em busca do Arturo Merino, aeroporto dessa cidade acolhedora : Santiago.

O Chile é um país que de muitos contrastes, longos quilômetros de norte a sul (mais de 4.000) e estreito , pouco mais que uma linha no mapa: uma geografia louca, como disse o poeta Neruda. Tem ao norte o deserto mais seco do planeta(Atacama) e ao sul , passando por lagos, vulcões extintos e paisagens de sonho, o Cabo Horn que é o ponto mais ao sul da América do Sul. Tem também Rapa Nui ou Ilha de Páscoa lá na Polinésia : mais de 4 horas de vôo de Santiago, onde ninguém sabe como foram “plantadas” aquelas cabeças ou moais que com certeza todos já viram em documentários da TV.

Mas Santiago e o Chile merecem uma continuação.

O mestre Belmiro Castor, um dos homens mais lúcidos do Brasil, num de seus livros diz: “O Brasil não é para amadores” (recomendo).

O Chile também não é...
Leo Della Volpe
Enviado por Leo Della Volpe em 29/02/2008
Reeditado em 24/03/2011
Código do texto: T881581
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