ESSA TAL FELICIDADE!
Quantas vezes você já parou pra se perguntar o que é a felicidade, se ela existe mesmo?
Felicidade, estado de quem é feliz, diz o dicionário. Mas o que é ser feliz? Qual a receita desta “iguaria” hoje tão perseguida?
Se sairmos por aí, em busca de uma única resposta, nunca chegaremos a um termo comum, pois estamos lidando com um termo subjetivo, um sentimento impresso na vida de cada um, que irá condizer com a sua realidade.
Pergunte às pessoas da Etiópia e receberá como resposta, que ser feliz é ter comida farta. Nos países que estão em guerra, a resposta será que felicidade é a paz, é o poder acordar sem violência, sabendo-se que toda sua família não corre risco de ser dizimada.
Pergunte ao desempregado, que está passando por problemas financeiros e ele dará como resposta que ser feliz é ter um emprego.
Aos doentes em hospitais, ser feliz é não ter dor física ou doença que o impeça de viver.
A inocência da criança responderá que ser feliz é receber aquele presente que tanto anseia.
Ao apaixonado que foi abandonado, felicidade é ter o amado de volta.
A dondoca dirá que só é feliz com um cartão de crédito na mão, de valor ilimitado, que lhe proporciona maravilhosas tardes de compras em lojas de grifes famosas.
O executivo responderá que ser feliz é olhar o gráfico de lucros da empresa subindo a cada dia.
O cético responderá que felicidade é uma utopia. Que não existe felicidade, e sim momentos felizes.
Mas o que vemos é que as pessoas, de maneira geral, estão muito mais preocupadas em definições do que em viver o verdadeiro sentido de felicidade. A mídia vende hoje, a futilidade como receita de felicidade. E então nos deparamos com jovens correndo atrás do TER eu prol do SER. Ter um corpo sarado, uma roupa de grife famosa, um celular de última geração, um carro bem equipado...
E a massificação dessa “felicidade/mídia” faz com que os menos afortunados corram atrás dela, custe o que custar, doa a quem doer... E começam os pequenos furtos em busca da felicidade, que leva às más companhias, às drogas também responsáveis pelo mundo colorido e perfeito que eles buscam...
O dia que ensinarem, massificamente, que ser feliz está dentro de você, independente de suas posses, de seu corpo sarado, de grifes ou modismos, talvez tenhamos um mundo mais feliz.
Poderemos ter a “felicidade” de sair nas ruas sem medo da violência, dar um largo sorriso a todos que passam, caminhar a passos lentos de quem sabe o que vai encontrar pela frente!
Respirar o cheiro de mato molhado em dias de chuva, passar pelas casas sentido o perfume daquela comida feita com carinho para sua família, ver crianças com a pele rosada, rindo e brincando livremente. Ter professores que irão ao trabalho, felizes, pois saberão que estão construindo o futuro e que esse futuro vale a pena!
E então, será que um dia voltaremos a ser felizes? Ou a felicidade continuará a ser somente consumismo?
Santo André, 29.02.08 – 10h26m