Saudosas Noites De Natal

Nesta semana remexendo os armário encontrei a árvore de Natal. Decidi reunir minha família e montá-la. Assim, colocamos bolas e demais enfeites. Cada objeto trazia lembranças da minha infância. Veio a emoção que eu sentia quando meus pais enfeitavam a árvore, e meus olhos brilhavam tanto que ofuscavam as coloridas bolas natalinas. Recordei minha casa no centro da cidade, onde morava com meus pais e meus três irmãos. Meu pai era um homem sisudo, entretanto, tornava-se criança na época de Natal.

Tudo era motivo de festa. Seguíamos a tradição, sendo assim, na nossa ceia não faltava o peru, comprado no mercado perto de casa. Eu achava aquela ave muito esquisita, mais logo me acostumava.

Como sempre, na véspera do Natal, minha mãe embriagava o peru (para não dar trabalho) e silenciosamente o matava. Eu sofria um pouco, pois sempre me apegava à estranha ave.

Meia-noite iniciava-se a ceia. Minha mãe preparava um suco de uva adicionando água e um pouco de açúcar ao vinho, e eu tomava com tanto gosto que caia nos cantos da boca, manchando a roupa. Durante a ceia costumava aparecia alguns vizinhos e parentes , o que dava um colorido muito especial à nossa noite. Após a ceia, meu pai preparava um prato e dizia que era para Papai Noel, e que eu tinha que dormir logo para o " bom velhinho" chegar. Tentava não dormir, mas era vencido pelo cansaço.

No dia seguinte acordava cedo e logo procurava o meu presente. Papai-Noel nunca esquecia. Ah! Como eu amava aqueles dias!. Tudo era tão mágico! Corria para a rua, pulava de alegria, mostrava para os amigos meus brinquedos. Como era gostoso acreditar no "bom velhinho"!

Quando descobri que Papai-Noel não existia, senti muito e fiquei um pouco adulto naquele momento.

Hoje, eu entendo a necessidade de se ter fantasias, sonhos e esperança. Ah!"Se eu pudesse voltar ao tempo de criança".

Roberto Passos do Amaral Pereira
Enviado por Roberto Passos do Amaral Pereira em 18/12/2005
Reeditado em 18/12/2005
Código do texto: T87976