QUE DÍVIDA???

O governo divulgou com certa euforia que Brasil já tem condições de saldar sua dívida externa. A notícia chamou atenção e foi manchete nos principais veículos de comunicação do Brasil e ( pasmem!) do mundo.

O assunto em tela leva meus pensamentos aos tempos não muito remotos da ditadura militar, quando eu ainda criança, ao lado do meu pai escutava o então todo-poderoso ministro da Economia Delfin Neto, dizer na A Voz do Brasil que a importância é simbólica e o efeito é mais psicológico do que substantivo.

Se verdadeira a tese, podemos entender, então, que a sociedade pode ou não acreditar que o pagamento da dívida externa é o sinal da abertura do desenvolvimento nacional e que o governo vai conseguir colocar nos eixos nossa pesada dívida interna?

Ou seja, persistem os questionamentos, que por sua vez, devido à falta de esclarecimentos convincentes, parecem entrar numa espécie de linha de produção, alimentando ainda mais as dúvidas da maioria do povo brasileiro que até hoje não conseguiu decifrar o econominês que vem lá das bandas de Brasília.

Um economista certa vez me disse, de forma professoral, que as dívidas grandes ou gigantescas, jamais podem ser motivo de insônia para o devedor, principalmente se não tiver como pagá-las. Cabe ao credor criar mecanismos para tentar recebê-las. Mas as dívidas pequenas, por serem mais próximas de nós, essas sim, tem que ter prioridade.

Deve ser por isso que um seleto grupo de pessoas ligadas aos mais variados segmentos empresariais, consegue polpudos empréstimos em bancos oficiais e estatais do tipo SUDAN, SUDENE, BNDES e outras congêneres e, na maior cara-de-pau, vão renegociando a dívida ou sequer paga um centavo.

Enquanto isso, um pequeno ou micro-empresário que necessitar de um aporte financeiro, digamos, mais modesto, para incrementar os seus negócios, sempre vai se depara com muitos obstáculos e, na maioria das vezes, não vai conseguir o seu intento.

Mas, voltando a "boa notícia" de o Brasil têm condições, enfim, de pagar nossa dívida externa, pois bem, surge agora, a pergunta que não quer calar:

Quando é que o governo vai finalmente parar de dar calote e pagar a imensa dívida interna?