QUER EMOÇÃO? PEGUE UM TAXI

O metrô quebrado, carro no mecânico...

Não teve jeito...

Tive de tomar um táxi...

Senti-me personagem daqueles filmes americanos onde o bandido foge do Xuarzenegue, descendo as ladeiras de São Francisco, cruza o Harlem e termina às pressas em Xainataun...

No meu caso, tive a sensação de andar numa diligência no Velho Oeste...

Mas, aí, a culpa são os buracos da cidade...

Felizmente, não estávamos no Rio de Janeiro e saí são e salvo de eventual bala perdida...

Lembrei-me daquela piada, onde o taxista pergunta ao turista peninsular: “A que altura da avenida o senhor quer?...

E a resposta: “Óh! Pá, se saíres um centímetro do chão, eu te mato...”.

Foi quase assim...

Filho de taxista daqueles que usavam camisa azul, gravata e paletó, que fazia lotação fiquei surpreso... Eu era criança e me lembro que ficava emocionado quando meu pai deixava-me ir com ele...

Mas a “corrida” de hoje, literalmente, foi mais emocionante...

Os taxistas, hoje em dia, devem ser todos bipolares...

Quando não tem passageiro, fica pela faixa da direita, bem devagar, procurando passageiro...

Quando tem passageiro, voa para se livrar o mais depressa possível...

Não voa, não...

Senão o compadre peninsular dá um tiro nele...

Vai surfando pela rua... Vai para a direita, para a esquerda...

Deve ser pré-requisito ter sido motoqueiro...

Onde tiver um espaço ele entra...

Seta?

O táxi que eu estava não deve ter esse equipamento...

Em certos momentos, senti-me numa montanha russa...

Para lá e para cá...

Economizei o parque de diversões...

Apesar de eu haver esquecido o Dramin, foi gostoso...

Acho que o motorista queria voltar logo para o ponto, jogar truco e assistir futebol...

Foi uma corridinha rápida...

Seis quilômetros...

Em seis minutos...

Considerando que a velocidade média do trânsito de São Paulo é de quinze quilômetros por hora e pegamos uns faróis fechados...

É isso mesmo...

O Rubinho teria chegado depois do motorista...

Fiz economia também para o plano de saúde...

Não preciso fazer eletrocardiograma...

Ia descer em casa, mas por via das dúvidas, como ainda estava vivo, desci duas quadras antes e entrei na Igreja para agradecer Padim Ciço...

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 25/02/2008
Código do texto: T875732
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