INOCENTE "DICA" SOBRE MODA

Domingo chuvoso geralmente nos convida a ficar em casa vendo um filme, ouvindo música e finalmente dormindo – e num intervalo entre sono e filme acabei dando uma olhadinha na “fabulosa” Rede Globo. O programa do momento era Caldeirão do Huck e a repórter estava numa praia do Rio de Janeiro dando uma forcinha para as pseudo modelos em seus trajes sumários refesteladas nas areias globais. A repórter dava uma olhada ao redor e escolhia a vítima e com uma conversinha delicada, convencia a escolhida a levantar-se e exibir o corpo de sereia e delicadamente perguntava se a mesma aceitava umas dicas sobre moda praia. Claro! Era a resposta imediata.

E mais uma perguntinha sutil – Qual parte do seu corpo você quer evidenciar?! – Ah, claro que os seios foram os grandes vencedores, entre mililitros de silicone que deixam o peito das mesmas com duas bolotas volumosas onde seriam os seios e a parte de cima do biquíni torna-se incapaz de cobri-las, pois o silicone escorrega pelos lados. Mas no meio desta revolução siliconada, surgiu uma "modelo" que se preocupava com o “valorizar” do seu bumbum. Por incrível que pareça, mesmo usando um sumário biquíni, a garota ainda queria uma peça que deixasse mais a mostra os seus grandes glúteos devidamente bronzeados. Houve a troca das peças insignificantes e eis que surge o bumbum saradão com um biquíni que mais parecia um fio de linha colorida.

Nos seus cinco minutos de fama global, a pseudo “modelo” sentiu-se única. Diga-se de passagem, era uma bonita moça, dentro dos padrões de beleza normais. Mas o que me deixa intrigada é o fato desta exposição total do corpo como mercadoria. Falta somente uma tabuleta com o preço e o valor do desconto para pagamento à vista. Houve uma quebra no sentido da palavra “valorizar” o seu corpo e não expor o seu corpo de maneira até agressiva contra aintegridade da própria mulher que se torna cada vez mais um objeto de consumo onde a “bunda” e os seios estão sempre em evidencia. Temos sim, que acompanhar a evolução do mundo em todos os sentidos absorvendo o que nos interessa, mas esta deturpação de valores tem deixado a mulher cada vez mais longe daquela ARTE que é SER MULHER de verdade.