O que é a Felicidade?

Certo dia estava num daqueles raros momentos de reflexão que hoje em dia o homem pós-moderno ocidental não pratica mais como antigamente. Observava crianças brincando na pracinha perto de minha casa. Rizos, olhares, brincadeiras, compartilhados entre elas com harmonia, como que se pudessem se comunicar telepaticamente.

Neste universo infantil, desprovido de segundas, terceiras e quartas intenções, notamos o quanto é belo e grandioso um mundo sem a maldade e a insensatez dos homens.

Porém, quando chegamos à fase adulta, é como se tomássemos uma pílula que fizesse esquecer de tudo que já haviamos aprendido. Não quero aqui tentar explicar o processo cultural e ideológico que nos impregna desde nossa formação. Quero sim, é entender porque poucos homens têm tanto e muitos têm pouco, uma realidade antagônica à época cotidiana quando vivíamos como crianças, onde prevalecia a essência da igualdade.

Veja! O homem hoje, foi um dia a criança de outrora. Homens e mulheres com suas vaidades e egos materializados num conceito de “ter” para “ser”, dentro de uma verdadeira corrida em busca da “felicidade”, onde vale tudo.

De que felicidade estamos falando? Uma felicidade baseada em “possuir”, “dominar”, tendo como prêmio a aquisição de bens materiais. Gerando entre os homens uma batalha de egos e vaidades no para-peito do ócio de suas vidas vazias. É muito pouco para isso ser chamado de felicidade, não é mesmo?

É preciso que reflitamos mais, para que assim possamos perceber a forte influência da indústria cultural em nossas vidas. Esta que muda valores, altera conceitos, quebra padrões até tirar nosso chão. Depois, já nocauteados, nos acolhe, para voltar a nos embriagar, tirar nossa lucidez diante de seu objetivo maior de escravisar.

Apesar de tudo e de todos ainda temos a capacidade de amar, de nos emocionar, de sermos otimistas mesmo diante das mazelas. Graças a isso podemos pensar um dia conseguirmos vencer o egoísmo, este que é sem duvida um dos gêneros humanos de maior potencial de gerar desigualdade entre os homens. Para os mais céticos diante dessa cruel realidade, fica a frase do mestre Machado de Assis “Sei, como dois e dois são quatro, que a vida vale a pena”. Podem acreditar!