Um cavaleiro sem rédeas.
No decorrer dos anos vamos vivenciando fatos que nos fazem concluir a importância do amor fraterno entre irmãos de sangue, principalmente quando ainda existem elos de afinidade e união, mesmo após a morte.
O personagem desta crônica embora levasse uma vida conturbada devido às suas próprias fraquezas, era respeitado, amado e admirado por seus familiares e amigos. Em decorrência de sua conduta educada, transmitia às pessoas que dele se aproximavam, quando sóbrio, uma tranqüilidade e segurança naquilo que dizia.
No seu único casamento foi presenteado com três saudáveis e maravilhosos filhos os quais eram a razão de sua existência, que poderia ser menos efêmera caso não estivesse de braços dados com o álcool, responsável maior por sua derrocada.
Diferentemente de seus filhos, não chegou a estudar o suficiente para galgar melhor função na empresa em que trabalhava por interferência de seu pai.
Sua debilidade já se evidenciava desde a época da juventude, período no qual dividiu com todos os dez irmãos, momentos gratificantes e inesquecíveis. Naquela época residíamos em área rural, condição que proporcionou ao nosso pai a aquisição de alguns animais eqüinos de boa qualidade, todos entregues à responsabilidade do meu personagem que, apesar de sua doença crônica, dava conta do recado. Destacava-se por sua inteligência, notória em todos os eventos por ele criado. No volante de qualquer veículo automotor dirigia como se fosse uma dama, tal a leveza em que conduzia o mesmo.
Infelizmente, quis o destino que vivesse os seus últimos anos, separado da família, pelas razões óbvias, não sendo, entretanto, abandonado pelos filhos e irmãos, até o final de vida.
Considerando que o sangue fala mais alto, embora permaneça a perene tristeza, é com emoção e orgulho que torno público a homenagem póstuma ao meu queridíssimo irmão Corintho de Freitas Lobato falecido em 1988, na cidade do Rio de Janeiro. Assim sendo, só me resta pedir a DEUS o seu descanso eterno.