TSUNAMI EM SÃO CAETANO - PARTE I
"As águas vão rolar, os colchões e as panelas também." Essa poderia ser a música, com um prelúdio negro, na cor das nuvens que desabaram na última quinta-feira na região da Vila Prudente, Ipiranga e São Caetano. Moema também foi vítima do aguaceiro, porém lá, não se viam colchões, panelas, roupa ou mesmo sofás no meio das ruas. As pessoas vivem em prédios, longe da corrente destrutiva das chuvas de verão paulistana.
Hoje, a região da Avenida dos Estados, próximo a Vila Prudente e São Caetano, transformou-se em ponto turístico da desgraceira de outrem. Carros paravam e pessoas munidas de cameras digitais, disparavam uma foto trás outra, tentando captar cada detalhe dos resquícios do que foi um inferno de lama e lixo lançados pelos rios e córregos da região. Foi como se a natureza, através de seus regatos, vomitasse toda a sujeira lançada sem dó pelos humanos nas veias aquiferas de nossa cidade. A natureza expurgou o que lhe foi jogado sem o menor pudor.
Óbvio que a quantidade de água foi o fator preponderante, porém a incompetência dos governantes e dos sujismundos de plantão, fizeram a diferença entre uma inundação e o que ocorreu na última quinta-feira.
Obras para evitar isso, já foram feitas em outros rincões de nosso estado, mas aqui o esquecimento foi a maior das falhas. Uma região esquecida há anos. Fosfosol para os administradores seria uma forma de previnir mais desastres como esse. Outra solução para evitar futuras enchentes: encha a paciência do prefeito, governador, e de todos que recebem salários, pagos com nossos impostos, e que são responsáveis por manter os bueiros em condições. A chuva forte ocorrida no final do dia, mostrou o quanto somos vulneráveis mesmo vivendo na maior e mais rica cidade do hemisfério sul. Dinheiro nem sempre traz consigo as soluções. Dinheiro sem atitudes não fazem o menor efeito. Recursos são os facilitadores, porém sem planejamento, eles não resolvem nada.
Foram horas terríveis, de total desalento e desconforto. Pontos de onibus cheios, carros com seus motoristas num stress extremo. Paciência era o artigo mais requisitado, e o mais ausente.
Descobri que São Caetano é uma ilha, cercada de rios e córregos por todos os lados. Descobri isso da pior maneira possível: passando quase cinco horas preso no trânsito e tentando descobrir um caminho alternativo. Resumo da ópera: não havia outra alternativa a não ser esperar.
Houve alguns desdobramentos dessa calamidade, que contarei numa "série" de textos. Fatos engraçados, tristes, comoventes e sinistros que formaram uma teia, e toda ela ligada a Sao Pedro e ao tsunami que abalou a região dos rios, entre São Caetano do Sul, Ipiranga e Vila Prudente.
"As águas vão rolar, os colchões e as panelas também." Essa poderia ser a música, com um prelúdio negro, na cor das nuvens que desabaram na última quinta-feira na região da Vila Prudente, Ipiranga e São Caetano. Moema também foi vítima do aguaceiro, porém lá, não se viam colchões, panelas, roupa ou mesmo sofás no meio das ruas. As pessoas vivem em prédios, longe da corrente destrutiva das chuvas de verão paulistana.
Hoje, a região da Avenida dos Estados, próximo a Vila Prudente e São Caetano, transformou-se em ponto turístico da desgraceira de outrem. Carros paravam e pessoas munidas de cameras digitais, disparavam uma foto trás outra, tentando captar cada detalhe dos resquícios do que foi um inferno de lama e lixo lançados pelos rios e córregos da região. Foi como se a natureza, através de seus regatos, vomitasse toda a sujeira lançada sem dó pelos humanos nas veias aquiferas de nossa cidade. A natureza expurgou o que lhe foi jogado sem o menor pudor.
Óbvio que a quantidade de água foi o fator preponderante, porém a incompetência dos governantes e dos sujismundos de plantão, fizeram a diferença entre uma inundação e o que ocorreu na última quinta-feira.
Obras para evitar isso, já foram feitas em outros rincões de nosso estado, mas aqui o esquecimento foi a maior das falhas. Uma região esquecida há anos. Fosfosol para os administradores seria uma forma de previnir mais desastres como esse. Outra solução para evitar futuras enchentes: encha a paciência do prefeito, governador, e de todos que recebem salários, pagos com nossos impostos, e que são responsáveis por manter os bueiros em condições. A chuva forte ocorrida no final do dia, mostrou o quanto somos vulneráveis mesmo vivendo na maior e mais rica cidade do hemisfério sul. Dinheiro nem sempre traz consigo as soluções. Dinheiro sem atitudes não fazem o menor efeito. Recursos são os facilitadores, porém sem planejamento, eles não resolvem nada.
Foram horas terríveis, de total desalento e desconforto. Pontos de onibus cheios, carros com seus motoristas num stress extremo. Paciência era o artigo mais requisitado, e o mais ausente.
Descobri que São Caetano é uma ilha, cercada de rios e córregos por todos os lados. Descobri isso da pior maneira possível: passando quase cinco horas preso no trânsito e tentando descobrir um caminho alternativo. Resumo da ópera: não havia outra alternativa a não ser esperar.
Houve alguns desdobramentos dessa calamidade, que contarei numa "série" de textos. Fatos engraçados, tristes, comoventes e sinistros que formaram uma teia, e toda ela ligada a Sao Pedro e ao tsunami que abalou a região dos rios, entre São Caetano do Sul, Ipiranga e Vila Prudente.