Fim do Relacionamento
- Preciso falar uma coisa...
- Até imagino...
- Não, não imagina.
- Então tá, surpreenda-me.
- Não dá mais.
- Como assim?
- Não dá pra continuar.
- É brincadeira?
- Nunca falei tão sério.
- Mas você não pode me largar assim.
- Já está decidido.
- Que insensibilidade é essa?
- Preciso ser sensato, não sensível.
- Apareceu outro?
- Isso não vem ao caso.
- Tem outro ou não???
- Tem.
- Não acredito! E tudo que planejamos juntos?
- Não está mais nos “meus” planos.
- Sabia que não podia confiar em você.
- Nunca fiz nada que me condenasse.
- E isso, agora? É um comportamento normal?
- Mais comum do que você imagina.
- Que bom, né? E agora você faz o quê? Pega as suas coisas e...
- Vou embora. Isso mesmo.
- ... não acredito... sempre me dediquei a você.
- Não confunda as coisas.
- VOCÊ me deixa confuso!
- A fila anda.
- Que grosseria! E você não pode perdê-la, não é isso?
- É.
- Quer saber? Quero você fora daqui hoje.
- Já arrumei minhas coisas.
- Então, suma!
- Não precisava ser assim.
- Agora!
- Obrigado por tudo.
- ...
Levanta, pega alguns porta-retratos, revistas, papéis e sai sem se despedir. Não tem jeito.
Toda demissão é traumática.