DRAMÁTICO APELO DE UM RIO

"Este é um veemente e desesperado apelo às pessoas conscientes da importância dos rios na vida da comunidade. Eu sou o Rio Mossoró e estou morrendo. Na verdade, vivo os últimos momentos de agonia e estertor, com o um pobre doente abandonado por todos. Os inúmeros esgotos clandestinos me sufocam com dejetos e outras podridões. Da cor azul-vida passei ao ao lodo-fétido, do frescor ao arquejo. O lixo jogado indiscriminadamente em meu leito, de origens as mais variadas, acumula-se como um tumor cancerígeno irreversível, provocando reações químicas das mais poluidoras e pútridas, secundado que é - socorro! - pelo amontoado de óleo combustível, graxas e outros poluentes deixados pelos muitos veículos lavados em minha águas por pessoas insensatas.

Embora esteja realmente à morte, penso que ainda há tempo para tentar recuperar-me. Não me deixem desaparecer por completo, não permitam que eu vire um lamaçal insuportável. Desculpem se não sou modesto, mas se morro com certeza vou fazer muita falta - só Deus sabe quanta!

Portanto, cidadãos de bom senso, lutem por minha vida, a vida do Rio Mossoró, que já possuiu águas cristalinas e abrigou, outrora, a existência de peixes de várias espécies. Depende de vocês. Pensem nisso e lembrem-se de como a cidade tem necessidade de mim. Levantem a voz altaneira conta os sujismundos que me emporcalham, façam de mim um rio sadio e bonito enquanto há tempo para isso. Depressa!!!, amanhã poderá ser tarde demais...

Rio Mossoró"

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 22/02/2008
Código do texto: T871339
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