O que foi para o lixo
Há algum tempo que venho organizando gavetas, armários, estantes. Jogar as coisas fora nunca foi meu forte.
Não que eu seja apegada ao material, mas acho difícil livrar-me de certos apetrechos. Não que eu goste do velho, mas o novo não tem história e é carente de emoção. Não que folhas rabiscadas por nomes importantes me fascinem, mas me fazem sorrir involuntariamente. (Muitas foram guardadas!) Sei que tive vários momentos nostálgicos. Parece que o sofrimento e a saudade me atraem. Quanto antagonismo!
Se o lixeiro visse aquele conteúdo amassado, um tanto picotado, dividido em três sacos, o equivalente a uma "sacola pernambucanas", ficaria espantado com o abandono de tantas folhas escritas por sacrifício ou não, com vários números e anotações para os próximos trabalhos ou provas. Trabalhos de muitas páginas e noites mal dormidas. É... foram para o lixo as matérias acumuladas há sete anos.
Com todo aquele teor posto para reciclar, eu encerrei uma parte da minha vida que não desejo esquecer ou isolar. O conflito que se abre em mim é pelo fato de que, por pelo menos um ano, estarei em uma nova fase que antecede à outra. Esta estou ansiosa por viver. Ter os trabalhos e as provas de volta, aquela angústia característica de quem espera por uma nota decisiva e a alegria de quando a alcança.
Enquanto o que disse não me for possível, passarei horas grudada nos cadernos e apostilas, enfiando toda fórmula ou regra na minha cabeça! Que venham os vestibulares!