Quem eu realmente sou?
Na última quinta feira, passei a madrugada no soro, em uma clínica, sentada confortavelmente em uma poltrona verde, reclinável. O motivo: uma intensa crise de labirintite. A causa: stress.
Em 2007, tive muitos problemas. Somatizei muitas coisas e só agora, o corpo chegou ao seu limite, me forçando a procurar ajuda médica. Descobri que meus triglicerídios e colesterol estão alterados, além de estar também com uma alteração na pressão arterial, o que me obriga a tomar, pelo menos, 1/4 de Rivotril em momentos mais tensos.
Eu costumava não pensar, quando era mais nova. Agora, chegando aos 42 anos (nem tão nova, nem tão velha), me pego esmiuçando meus pensamentos, procurando respostas e mesmo sem tê-las, continuo me indagando sempre e sempre.
O que alimenta o stress? Meus medos. O stress é um monstro que come aquilo que eu dou: lamúrias, lembranças do passado mal resolvidas, auto-piedade...
Concluí que preciso mesmo me tratar (detesto frequentar consultórios médicos!). O principal não é o tratamento físico. Esse pode ser resolvido ou com medicamentos ou dieta, mas o que me deixa curiosa é como vai ser o meu tratamento interior.
Penso em quem realmente sou. Como eu me permiti tornar-me o que sou. Meus temores, meus sonhos, meus desejos, meus segredos, meus arrependimentos, meus pensamentos... tudo se torna uma carga que é só minha.
Quando começa a pesar, algo está errado. O meu erro foi carregar a carga tempo demais, achando que era a minha obrigação, tendo em vista as escolhas erradas terem sido feitas por mim, então, obviamente, eu teria que arcar com as consequências.
De certa forma, sim. Não se tira um prego da madeira sem deixar marcas, entretanto, assumir as más escolhas já é o primeiro passo da cura. Errei sim, graças a Deus, errei! Sou humana e por isso posso continuar caminhando de cabeça erguida. Eu sobrevivi.
" As piores correntes não são as que atam os corpos dos homens, mas as que atam a mente deles."
Tive um 2007 difícil em várias áreas? É verdade, tive. Foram dias complicados, genuínos, os quais eu vivi dia a dia. Todos os sofrimentos foram consequências de más escolhas... mas e daí? Escolhi errado, mas entendo agora que não preciso continuar escolhendo errado o resto da vida.
O passado é passado porque já passou. Simples. Fato.
É preciso uma reformulação mental, uma higienização na alma.
Entender que o dia de hoje é único e que existe um futuro a ser construído, e ele será construído em pilares que eu vou criar. Se forem frágeis, tudo ruirá.
É preciso manter as coisas boas dentro de mim e as coisas ruins, do lado de fora. E sem stress em tentar descobrir o que é bom ou o que é ruim. Sim, porque, quem é estressado, a mais simples decisão se torna uma batalha terrível!
Let it be!
Deixemos o rio correr... a vida se desdobra a cada segundo e é isso que devemos aproveitar. Só temos uma.