Viagem interior
Estou em viagem interior. Peguei um trem com destino certo ao meu verdadeiro “eu”. Na minha mala não coloquei nada, simplesmente embarquei nessa viagem sem lenço e sem documento. Durante o trajeto, encontrei muitas coisas que havia deixado no meio do caminho quando passei em outras andanças, foram obstáculos que se transformaram em uma linda paisagem durante o percurso.
A cada estação que o trem parava, eu observava as coisas que haviam mudado desde a última viagem, lições que eu havia aprendido durante todo o tempo que passei na estrada. Quanto mais o trem andava, mais admirada com a nova paisagem eu ficava, parece que desde a última viagem, a natureza na sua imensa sabedoria soube desviar o trem dos inúmeros percalços que encontrei na última passagem.
Encontrei árvores caídas no meio do caminho, frutos da última tempestade que arrasou toda a estrada. Encontrei pedras que foram lapidadas, e que se transformaram em lindas rochas que hoje sustentam as curvas que encontrei pelo caminho. Entrei num túnel que me deixou na escuridão por alguns instantes, percebi dentro dele que ainda tenho muito o que descobrir e o que aprender, mas nesse túnel também encontrei a fé que precisava pra sair da escuridão em que me encontrava.
O caminho que tenho a percorrer ainda é muito longo, estou apenas no começo da viagem. Já percorri essa mesma estrada antes, mas cada vez que retorno à ela, sinto que a paisagem mudou. Percebo que a luz que a ilumina é cada vez mais forte, e que os obstáculo estão cada vez menores.
Quando chegar ao meu destino, estarei pronta para descer do trem e conhecer a minha verdadeira essência, o meu verdadeiro “eu”, sem máscaras e sem receios. Só assim poderei habitar a minha verdadeira “casa”, meu verdadeiro ser.