Próxima Vítima
Rosa Pena
Ela jurou que vai administrar melhor sua vida ano que vem. Vai sim!
Jurou mesmo sabendo que quem jura mente e quem mente jura.
Não soube gerir sua empresa emocional, então vai chamar um novo administrador afetivo. Não quer fazer o balanço no final do próximo e perceber que ficou no vermelho. Sua empresa entrou em insolvência, pois comprou muitas ações nominativas. Ações de desejos secretos, intensos e contraditórios. Ações inteiramente afetivas, que já não possuem valor no mercado atual. Cismou que ainda vivia na época de Tristão e Isolda. Lembrou-se deles, não só pela linda e triste história, mas também pelo reino que tem tudo a ver com o momento. Reino da Cornualha.
Pois é! Não tomou as precauções devidas, ignorou as fraudes anteriores dessas ações no mercado, também esqueceu os conselhos da mamãe:
— "Não se envolva nunca com desconhecidos." Desobedeceu mesmo! Quando estamos apaixonados viramos adolescentes.
Saudades dos seus quinze aninhos.
Partiu do princípio que sempre vale a pena investir, que as palavras revelam a alma. Foi levada no papo. No jogo do buraco, morreu com o morto.
Virou musa, musa de araque, musa Balzac, musa irreal, virtual.
Para quem andava carente, servia até musa do Iraque.
Embarcou de cabeça e ficou com dor nela - (na cabeça) - parece uma rena natalina (rena com r, rena, nacional, carioca), cheia dos enfeites.
Restou-lhe dizer :
— Bem feito! Meu nariz tem um defeito. Na careca do César Maia. Que é o prefeito. Que raiva! Que ódio! Que meleca!
Ah! Mas que lhe rendeu bons versos... Com certeza. Poetou adoidado! Ainda que ridículos e-mails de amor; desculpa aí Fernando Pessoa pela comparação!
Sobrou-lhe também inspiração para escrever sobre desilusão, para afirmar com convicção que sua prancheta da fantasia este ano não ficou vazia. Ficou não!
Tem mais. Afirma pelaí com a convicção dos chifrudos:
— Não quero esquecer dele imediatamente. Só lembrando que se esquece de vez. Vítima ou algoz existiu algo bonito entre nós.
Encerro esta história apenas para não virar o ano colada no passado.
Quero descolar esta ferida, recuperar todas as minhas faculdades, inclusive a de amar novamente! Apenas inverterei os papéis. Não mais molharei o travesseiro. Que venha a próxima vítima!
Será????!!!!! Quanto clichê. Isto é coisa de TV! Te cuida Glória Perez!
Será que virou novela? Deus Salve a América! Ela está Belíssima!
(11 de dezembro de 2003)
Modificada em dezembro de 2005
Rosa Pena
Ela jurou que vai administrar melhor sua vida ano que vem. Vai sim!
Jurou mesmo sabendo que quem jura mente e quem mente jura.
Não soube gerir sua empresa emocional, então vai chamar um novo administrador afetivo. Não quer fazer o balanço no final do próximo e perceber que ficou no vermelho. Sua empresa entrou em insolvência, pois comprou muitas ações nominativas. Ações de desejos secretos, intensos e contraditórios. Ações inteiramente afetivas, que já não possuem valor no mercado atual. Cismou que ainda vivia na época de Tristão e Isolda. Lembrou-se deles, não só pela linda e triste história, mas também pelo reino que tem tudo a ver com o momento. Reino da Cornualha.
Pois é! Não tomou as precauções devidas, ignorou as fraudes anteriores dessas ações no mercado, também esqueceu os conselhos da mamãe:
— "Não se envolva nunca com desconhecidos." Desobedeceu mesmo! Quando estamos apaixonados viramos adolescentes.
Saudades dos seus quinze aninhos.
Partiu do princípio que sempre vale a pena investir, que as palavras revelam a alma. Foi levada no papo. No jogo do buraco, morreu com o morto.
Virou musa, musa de araque, musa Balzac, musa irreal, virtual.
Para quem andava carente, servia até musa do Iraque.
Embarcou de cabeça e ficou com dor nela - (na cabeça) - parece uma rena natalina (rena com r, rena, nacional, carioca), cheia dos enfeites.
Restou-lhe dizer :
— Bem feito! Meu nariz tem um defeito. Na careca do César Maia. Que é o prefeito. Que raiva! Que ódio! Que meleca!
Ah! Mas que lhe rendeu bons versos... Com certeza. Poetou adoidado! Ainda que ridículos e-mails de amor; desculpa aí Fernando Pessoa pela comparação!
Sobrou-lhe também inspiração para escrever sobre desilusão, para afirmar com convicção que sua prancheta da fantasia este ano não ficou vazia. Ficou não!
Tem mais. Afirma pelaí com a convicção dos chifrudos:
— Não quero esquecer dele imediatamente. Só lembrando que se esquece de vez. Vítima ou algoz existiu algo bonito entre nós.
Encerro esta história apenas para não virar o ano colada no passado.
Quero descolar esta ferida, recuperar todas as minhas faculdades, inclusive a de amar novamente! Apenas inverterei os papéis. Não mais molharei o travesseiro. Que venha a próxima vítima!
Será????!!!!! Quanto clichê. Isto é coisa de TV! Te cuida Glória Perez!
Será que virou novela? Deus Salve a América! Ela está Belíssima!
(11 de dezembro de 2003)
Modificada em dezembro de 2005