QUER COMPRAR VENENO?
QUER COMPRAR VENENO?
Marília L. Paixão
Eu que já escrevi versos para a foto de uma galinha que esteve uma semana postada em meu perfil, gostaria que ninguém brincasse com ela. Ela é arisca por natureza. E o que parecer timidez, é medo. Ela tem medo de ser comida. Não gosta de cozinha.
Eu que já desmaiei durante uma mamografia, não foi por piti, foi por falta de alimentação mesmo! Antes da mamografia estava de jejum para outros exames! Foi um dos maiores micos! Imagine você desmaiando meio pelada nas mãos de uma estranha?
Não saberia escrever minha cara de desmaiada, por que não me vi, mas imagina a cara de susto da enfermeira, coitada! Deve ter ficado muito sem graça! Pior foi ela ter chamado dois enfermeiros para me levantar. Agora imagina se eu quis ver a cara dos meus levantadores do chão?! Ainda bem que eu já mudei daquela cidade! Tem coisas que nos deixam querendo mudar é de país! Quem nunca teve essa vontade?
Eu que já fiz coisas que não se escrevem a respeito todos os dias, fico em silêncio com algumas lembranças. Fico pensando... Será que um dia não vou esquecê-las? Antes que aconteça, algumas delas escreverei no meu primeiro livro.
Eu que gosto de escrever “eu” devia parar com isso. Agora vou escrever você. Você! Você! Você! Para escrever você, tem que ficar bem escrito. É por isso que escrever “eu” É mais fácil! Você deve ser que nem bombom alpino. Você deve ser que nem alamedas de Paris. Você deve ser as cores do Empire State Building. Deve ser muito difícil escrever você. Agora, eu... Eu sou um bicho do mato. Qualquer um me escreve, me descreve, me despenteia. Mas não é qualquer um que me pisa sem morrer. Bicho do mato possui veneno. O meu eu não vendo!
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QUER COMPRAR VENENO?
Marília L. Paixão
Eu que já escrevi versos para a foto de uma galinha que esteve uma semana postada em meu perfil, gostaria que ninguém brincasse com ela. Ela é arisca por natureza. E o que parecer timidez, é medo. Ela tem medo de ser comida. Não gosta de cozinha.
Eu que já desmaiei durante uma mamografia, não foi por piti, foi por falta de alimentação mesmo! Antes da mamografia estava de jejum para outros exames! Foi um dos maiores micos! Imagine você desmaiando meio pelada nas mãos de uma estranha?
Não saberia escrever minha cara de desmaiada, por que não me vi, mas imagina a cara de susto da enfermeira, coitada! Deve ter ficado muito sem graça! Pior foi ela ter chamado dois enfermeiros para me levantar. Agora imagina se eu quis ver a cara dos meus levantadores do chão?! Ainda bem que eu já mudei daquela cidade! Tem coisas que nos deixam querendo mudar é de país! Quem nunca teve essa vontade?
Eu que já fiz coisas que não se escrevem a respeito todos os dias, fico em silêncio com algumas lembranças. Fico pensando... Será que um dia não vou esquecê-las? Antes que aconteça, algumas delas escreverei no meu primeiro livro.
Eu que gosto de escrever “eu” devia parar com isso. Agora vou escrever você. Você! Você! Você! Para escrever você, tem que ficar bem escrito. É por isso que escrever “eu” É mais fácil! Você deve ser que nem bombom alpino. Você deve ser que nem alamedas de Paris. Você deve ser as cores do Empire State Building. Deve ser muito difícil escrever você. Agora, eu... Eu sou um bicho do mato. Qualquer um me escreve, me descreve, me despenteia. Mas não é qualquer um que me pisa sem morrer. Bicho do mato possui veneno. O meu eu não vendo!
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