CIDADÃO HIPOSUFICIENTE

Diário Catarinense do dia 15/12/2005

Florianópolis/SC

CIDADÃO HIPOSUFICIENTE

Mário Osny Rosa

Dizem que nosso vocabulário é o que mais evolui com palavras que nada tem com o nosso português, isso é mesmo uma realidade a última a acontecer veio à tona com a renovação dos contratos das empresas que fornecem telefonia aos usuários em geral nesse país capitaneados pela economia globalizada e até o nosso idioma entra nessa faceta. Onde foram buscar essa palavra cidadão hiposuficiente? E o que realmente essa palavra venha qualificar em nosso meio? Pela etimologia da palavra, hipo se refere a cavalos hipódromo, já suficiente é aquele que tem de tudo boa vida boa remuneração boa casa telefone televisão e fartura na sua dispensa. Essa de brasileiros serem tratados de cavalo boa vida é coisa inédita na vida de brasileiros em geral, o autor dessa palavra merecia um titulo do MEC por ser o maior inovador de nossa língua.

Em nosso país não existe pobre, muita menos pobreza, na qualificação dada pela Anatel quando se trata dos benefícios da telefonia nacional, pois hiposuficiente não identifica essa parcela da população em nenhum momento de nossa história. Vejamos se a população e o cidadão hiposuficiente terá direito ao telefone social, isso também diz o mesmo que os cavalos ricos terão telefone a preços irrisórios, na mente do autor desta inovação de nossa língua.

Quem foi o revisor final desse acordo para sair em público tamanha gafe em nossa língua, ainda mais gostaria de saber qual foi à escola que freqüentou o referido autor. Pelo que percebi o autor ficou com vergonha de dizer que somos a maiorias de pobres nesse país e lascou a dita palavrinha inovadora no contrato, dando oportunidade aos detentores desse contrato cobrarem preços absurdos pela telefonia brasileira diante do nosso poder aquisitivo.

Será que foi essa a posição tomada pelo autor?

Viva o cidadão hiposuficiente.

O autor queria fazer referência ao cidadão hipoinsufuciente, mas seria uma gafe tratar o pobre brasileiro dessa maneira, cavalo morrendo de fome ou fraqueza.

São José/SC, 15 de dezembro de 2.005.

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Asor
Enviado por Asor em 16/12/2005
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