Desculpe qualquer coisinha...
Águida Hettwer
Ai, meu Deus!
-Cadê o bendito relógio, que não para de despertar, apalpa daqui, apalpa dali e nada...
Credo, em cruz Ave Maria, o que estou vendo no espelho, isso deve ser um pesadelo!
Acorda! Sua doida acorda.
Hoje é segunda-feira?
- Pela cara de cerimônia fúnebre, deve ser!
Socorro! O horário de verão terminou?
Adianto, ou atraso o relógio?
Minha cabeçinha loira anda tão confusa, também com o Carlão no meu pé, e no meu ouvido... Hui!
Nem presta pensar...
Quero me ver achar uma boa desculpa pro chefinho.
-Pensa, pensa, enquanto bate os dedinhos no armário, sincronizando com os ombros, quando vê, o corpo inteiro está balançando.
Vai, vai... Trânsito infernal! Oh, vidinha banal.
Quem foi a feminista filha de uma santa mãe que inventou os “Direitos iguais”.
Está ai! Lutando e suando pra bancar uma de “Mulher moderna”, por que homem mesmo serve para abrir seleta de legumes, erguerem os pesos das malas recheadas de comprinhas básicas...
Oh, ninguém merece! Nem eu?
Risos... muitos risos de puro nervosismo!
O ponteiro do relógio marcando pontualmente 09h30min da manhã.
-Dona Silvana! Por gentileza passe na minha sala imediatamente.
-Sim senhor! Xerife... ou melhor, chefinho.
-Ando observando o desempenho da senhora alguns meses, sua dedicação e postura.
-Ela engoliu a seco... raspando na garganta.
Mas chefe...
Eu, eu... Ela balbuciou algo inaudível.
Mas Dr. Alfredo, desculpe-me qualquer coisa...
-A senhora mesmo no domingo de sol radiante, se propôs a vir acompanhar as reformas do escritório.
-Muito obrigada Dona Silvana!
Eu mesmo estava pensando, em levar as crianças para almoçar.
-A senhora não vai se importar de passar a tarde aqui no escritório vai?
Moral da história!
Chefe é tudo igual...
18.02.2008