CRUZAMENTOS
Pensando no tudo, e não tendo nada a ver, resolvi escrever sobre os cruzamentos da vida. E, tendo em vista tal assunto – abrangente por sinal – por onde começar?
Talvez no cruzamento da Avenida Ipiranga com a Avenida São João; ou em outro lugar qualquer; talvez no cruzamento da menina-moça-donzela com o garotão-garanhão; talvez no cruzamento (e que acontece muito) das linhas telefônicas e ouve-se muitas conversas fiadas, de negócios, de amores e desamores – mas sem saber quem fala pra quem; talvez no cruzamento das idéias dos professores, dos autores, dos poetas, dos românticos, dos boêmios; dos políticos... Quantos cruzamentos a citar?
E, de cruzamentos em cruzamentos, tudo fica cruzado. Até as minhas palavras ficaram cruzadas. A vida é uma cruzada cheia de cruzamentos. Há tantos cruzamentos que nem a filosofia da vida pode explicar. Ou, o melhor é não explicar; o melhor é o inexplicável.
Continuar com pensamentos cruzados ainda é a solução para melhor se viver, pois enquanto um fio dela estiver embaraçado há mãos tentando desembaraçá-lo, mas quando o fio estiver sem nó não haverá mais mãos nele; logo: pensamentos cruzados, mente pensando, agindo, procurando solução e, às vezes, sem solução. (2007)
Prof Pece
Araçatuba / SP