Dulcorosa
Dulcorosa
Então era só alegria a casa cheirando a bolo, o quintal da cor das frutas maduras, os aromas confundido os sentidos, a memória acordando sonhos,os olhos de dentro correndo pelos tempos...
Voando nas dimensões onde a tagarelice cala, explora o silêncio pitadas açúcar e hortelã ... Do estalo da língua nascendo colibris...
O homem inventou açúcarias, agora não tem volta, queremos adocicar as tardes, há sabor de festa nas maçãs dos rostos, a gurizada lambuza-se como formigas em torno das delícias...
Licoramos demasiadamente a vida?
Naus partiram em busca das especiarias, pimenta, sal, cominho, anis, cana de açúcar ...
Beijos são doces,como a brisa que rouba das flores o néctar, emprestando ao outono uma cor sem igual....
O suor salga o asfalto, as costas, o rosto, os olhos já tão cansados e saudosos dos viajantes...
As imagens saltam vestindo de algodão doce o céu quente das vaporosas horas.
Nas varandas repletas de ausência, dialogam essenciais dos não tempos de nós...
E, assim, então resvalam meus dedos pelo leitoso deleite: estar vivendo nestes tempos de facilidades dulcorosas em que a cor marrom lembra chocolate ...
Fico a refletir sobre as flores futuras e, se delas as crianças irão descobrir mistérios e felicidades, carícias a relembrar na maturidade.
virgínia além mar- poeta