Dulcorosa

Dulcorosa

Então era só alegria a casa cheirando a bolo, o quintal da cor das frutas maduras, os aromas confundido os sentidos, a memória acordando sonhos,os olhos de dentro correndo pelos tempos...

Voando nas dimensões onde a tagarelice cala, explora o silêncio pitadas açúcar e hortelã ... Do estalo da língua nascendo colibris...

O homem inventou açúcarias, agora não tem volta, queremos adocicar as tardes, há sabor de festa nas maçãs dos rostos, a gurizada lambuza-se como formigas em torno das delícias...

Licoramos demasiadamente a vida?

Naus partiram em busca das especiarias, pimenta, sal, cominho, anis, cana de açúcar ...

Beijos são doces,como a brisa que rouba das flores o néctar, emprestando ao outono uma cor sem igual....

O suor salga o asfalto, as costas, o rosto, os olhos já tão cansados e saudosos dos viajantes...

As imagens saltam vestindo de algodão doce o céu quente das vaporosas horas.

Nas varandas repletas de ausência, dialogam essenciais dos não tempos de nós...

E, assim, então resvalam meus dedos pelo leitoso deleite: estar vivendo nestes tempos de facilidades dulcorosas em que a cor marrom lembra chocolate ...

Fico a refletir sobre as flores futuras e, se delas as crianças irão descobrir mistérios e felicidades, carícias a relembrar na maturidade.

virgínia além mar- poeta

virgínia vicamf
Enviado por virgínia vicamf em 16/02/2008
Código do texto: T861540