Roma 1 (Ma che ... #$@&*!)
Por afinidade, porque o sangue italiano corre nas veias ou porque o Seu Étore me pediu em sonho, estava decidido. Voltaria da Suécia via Itália.
No vôo da Alitália de Estocolmo para Roma em me sentia como se estivesse cumprindo uma missão: a de levar o meu pai, através dos meus olhos, a vislumbrar mesmo que por pouquíssimo tempo, Roma que ele nunca chegou a conhecer. Foi ao mesmo tempo uma sensação estranha e gratificante.
Chego ao Leonardo da Vinci, o aeroporto também conhecido como Fiumicino. Tinha reserva de hotel, mas me pareceu muito caro e decidi gastar o meu itaportunhol (tenho tendência a misturar tudo quando tento falar italiano) procurando ajuda com um “carabinieri” saído dos filmes antigos de Fellini, com aquele chapéu ridículo quebrado na frente e ele nem respondeu, só me fez sinal com a cabeça para procurar os taxistas ávidos que estavam à espera.
Um deles me sugeriu uma “pensione” de um amigo que ficava bem no centro de Roma e próxima à Fontana de Trevi. O preço era convidativo, só por uma noite mesmo: resolvi arriscar e seguí com o “paisano”. No trajeto de uns 40 minutos, conversamos sobre muitas coisas, ele aparentando entender tudo e eu quase tudo! Quando lhe disse que era “brasiliano” ele ficou ainda mais entusiasmado, pois na época o “Rei de Roma”era o Falcão e ele era torcedor da Roma.
Depois de atravessar o centro moderno, largas avenidas, chegamos à imponente “Piazza di Spagna” prenunciando a Roma antiga, ruelas estreitas e edifícios de 3 andares muito antigos que pareciam tirar tinta do Fiat do meu mais novo amigo, enquanto serpenteávamos na busca da tal “pensione”. Ele não se abalava e nem diminuía a velocidade, habituado àquele labirinto que jamais fora desenhado para o transito de carros, a não ser os Fiat 147 de então, que esses sim certamente projetados para passar rente naquelas ruelas sinuosas.
Chegamos. Era num daqueles edifícios, como qualquer outro. Hummm! Ele me apresentou ao gerente, um italiano bigodudo que mais parecia um portugues deslocado. Bona sera... prego... Sordi, per favore... Ali já senti que estava comprando mais que uma noite de sono. Não havia carregador de mala e lá fui eu escada acima até o 3º. Andar, com a malona de umas 2 toneladas após 2 semanas na Suécia recolhendo todos os manuais e encomendas que sempre se tem nessas viagens, pacotes com compras, “cama de cachorro”que é como eu chamo o meu casacão. Cheguei! Ufa!
Pelo número da chave, tentei abrir a porta quando alguém lá de dentro gritou: “Ma che...” e esbravejou um montão de palavrões em italiano meus conhecidos, da época em que eu chegava em casa depois da hora determinada pelo meu pai...
Continua a aventura...
Por afinidade, porque o sangue italiano corre nas veias ou porque o Seu Étore me pediu em sonho, estava decidido. Voltaria da Suécia via Itália.
No vôo da Alitália de Estocolmo para Roma em me sentia como se estivesse cumprindo uma missão: a de levar o meu pai, através dos meus olhos, a vislumbrar mesmo que por pouquíssimo tempo, Roma que ele nunca chegou a conhecer. Foi ao mesmo tempo uma sensação estranha e gratificante.
Chego ao Leonardo da Vinci, o aeroporto também conhecido como Fiumicino. Tinha reserva de hotel, mas me pareceu muito caro e decidi gastar o meu itaportunhol (tenho tendência a misturar tudo quando tento falar italiano) procurando ajuda com um “carabinieri” saído dos filmes antigos de Fellini, com aquele chapéu ridículo quebrado na frente e ele nem respondeu, só me fez sinal com a cabeça para procurar os taxistas ávidos que estavam à espera.
Um deles me sugeriu uma “pensione” de um amigo que ficava bem no centro de Roma e próxima à Fontana de Trevi. O preço era convidativo, só por uma noite mesmo: resolvi arriscar e seguí com o “paisano”. No trajeto de uns 40 minutos, conversamos sobre muitas coisas, ele aparentando entender tudo e eu quase tudo! Quando lhe disse que era “brasiliano” ele ficou ainda mais entusiasmado, pois na época o “Rei de Roma”era o Falcão e ele era torcedor da Roma.
Depois de atravessar o centro moderno, largas avenidas, chegamos à imponente “Piazza di Spagna” prenunciando a Roma antiga, ruelas estreitas e edifícios de 3 andares muito antigos que pareciam tirar tinta do Fiat do meu mais novo amigo, enquanto serpenteávamos na busca da tal “pensione”. Ele não se abalava e nem diminuía a velocidade, habituado àquele labirinto que jamais fora desenhado para o transito de carros, a não ser os Fiat 147 de então, que esses sim certamente projetados para passar rente naquelas ruelas sinuosas.
Chegamos. Era num daqueles edifícios, como qualquer outro. Hummm! Ele me apresentou ao gerente, um italiano bigodudo que mais parecia um portugues deslocado. Bona sera... prego... Sordi, per favore... Ali já senti que estava comprando mais que uma noite de sono. Não havia carregador de mala e lá fui eu escada acima até o 3º. Andar, com a malona de umas 2 toneladas após 2 semanas na Suécia recolhendo todos os manuais e encomendas que sempre se tem nessas viagens, pacotes com compras, “cama de cachorro”que é como eu chamo o meu casacão. Cheguei! Ufa!
Pelo número da chave, tentei abrir a porta quando alguém lá de dentro gritou: “Ma che...” e esbravejou um montão de palavrões em italiano meus conhecidos, da época em que eu chegava em casa depois da hora determinada pelo meu pai...
Continua a aventura...