Tantas palavras... tantos medos nesses tempos...
O Sol se esconde... meus dedos travam nas teclas escuras; meus olhos as acompanham com tanta rapidez, e meu pensamento vem lendo tudo que vê. Minha boca sussurra todos os sentimentos, minhas mãos se duplicam e não param de escrever; meu telefone toca e, bate como o Vento, e a impressora traduz. Ao meu redor estão todos me olhando, e mesa por mesa eles vão se virando, vozes por vozes vem se achegando; e fico sem respirar e louco pra (im)explodir; mas é só mais um motivo para não me reprimir, não parar de desenhar, traços e riscos que formam e descrevem o que vejo; Os ponteiros apontam para a esquerda, me mandam para a esquerda, dizendo que já anoitece; o cansaço brota em meu rosto (Desgosto? Não!), e minha expressão padece em 15 polegadas; A minha direita há um lápis, que me implora um papel e uma borracha e toda minha disposição, para passar tudo ao grafite escuro e disforme dessa ela enorme... diz o lápis que o tal papel, com todo seus amigos, há mais sentimento, mais aconchego e mais vontade na idade... enfim, entreguei-me disposta a por um ‘fim’.
Os ponteiros se arrastaram e já dormem à direita, o sol se manifesta, e me canso, meus olhos choramingam e já não vêem, mas minha vista (vontade) e minha audição (determinação) se aguçam, eles não se cansam porque escrevem à você, resumem tudo o que realmente querem, e em algumas poucas palavras que talvez seja tão difícil de dizer, mas que é tão fácil de entender, lhe ‘desenham’ o Amor...
A fonte ‘vive’ as polegadas já está quente, com raiva e enfurecida, reclamando de carregar logo 15; O teclado chora pela dor, por meus dedos maltratarem tanto eles; mas o lápis está (in)quieto, pensando e lendo tudo que estou (d)escrevendo, sem palpite, sem sugestão e sem qualquer reclamação, apenas lê, re-lê, mais uma vez, e novamente, não se cansa porque tem o mesmo prazer, mesmo sendo um lápis tão gasto, tão usado e marcado... ele pensa e eu escrevo, sempre os sonhos, “TIBUM” no nosso mundo, encontrando explicações e palavras para os que procuram... acordando ‘trapalhões’ e meio mundo.
Ao meu lado, o lápis me pede um favor, que eu leia isto em voz alta para todos em meu jardim, para que tenham a certeza de que escrevi com as palavras mais belas e sinceras que poderia ter, sendo poucas, mas sendo “rica” de ‘marfin’.
Minha voz baixa vai se desaparecendo, antes mesmo de iniciar, mais ainda vem aquela vontade e esperança de gritar, sobre o meu Amor e o meu “Amor”; mesmo sendo tão baixa minha voz, não vejo agora nenhuma dificuldade de cantar, passar os desenhos às palavras, as palavras às vozes, e as vozes aos sentimentos e assim, declamar... E neste papel sem data, sem rasura e sem rascunho eu comecei, e em poucas palavras eu terminei, com eternas reticências dizendo...
Tantas palavras... tantos medos nesses tempos...
Orei:
“Me diz o medo que tem, e lhe digo o que vou fazer... me diga o medo que tem, e lhe digo onde escrever, me diga como viver, que estarei com você... me ensine a viver e não lhe entregarei ao anoitecer... dormirá e viverá todo o amanhecer...”
E continuei:
...Palavras sinceras e eternas
/ Infinitas delas...
E continuei:
...