Moral de tapa-sexo

A polêmica do desfile do "carnaval nacional carioca 2008" desse ano foi... mulher pelada! Puxa, mas que novidade!!!
Retiraram meio ponto da escola de samba São Clemente (o que será que o santo achou disso tudo, a propósito?) porque uma passista da escola desfilou de índia exatamente como as índias se fantasiavam, ou seja, sem fantasia nenhuma, peladona. Ou melhor, 99% peladona, não fosse um gigantesco tapa-sexo de 4cm.
Mas eu fico a pensar cá com meus botões: Mas que moral é essa?
Ora, eu vi pela TV, em rede nacional, no mesmo carnaval nacional carioca 2008, vários casais passarem pela avenida transando em cima de um carro alegórico da Viradouro, mostrando posições do Kama Sutra!!! Tá, não estavam transando, estavam também de tapa-sexo da cor da pintura dos corpos, ou seja, dourados.
Mas um velinho cegueta pensaria que a coisa era pra valer! Uma criança olhando aquilo diria: Qué isso papá?
E isso não tira ponto? E porque então tirar meio ponto da São Clemente, se a guria estava de índia, tão "vestida" quanto dezenas de mulheres que passam pelo Sambódromo? É a moral de tapa-sexo.
Realmente, essa eu não consegui entender.
Não que eu concorde com o erotismo exacerbado e apelativo do carnaval carioca de rua, bem pelo contrário. Mas eu não gosto de ver hipocrisia, como essa, onde os que vendem a nudez e permitem a representação da luxúria na rua e na TV darem uma de moralistas por causa de uma índia pelada.
Ah, acham que enganam a quem seus farsantes?



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