Pátio da UNEB (Universidade do Estado da Bahia) Campus IV

É no pátio da UNEB - Campus IV (Universidade do Estado da Bahia), que ficamos por dentro dos assuntos acadêmicos, das fofocas acadêmicas, das paqueras, brigas, desafetos...Foi no referido pátio que tomei conhecimento da possível paralisação -diga-se de passagem, pirraça que os docentes da instituição mais uma vez, insistem em promover talvez para fazer cócegas no governo do estado, prejudicar os alunos de forma geral e, principalmente aos estagiários, além é claro, deles próprios.

Isso porque é notório que uma greve sem prévio planejamento, articulado em longo prazo, sem fundo de greve, contando apenas com uma parcela pequena de doentes ativos no movimento - haja vista, muitos aderirem por imposição, mas, permanecerem nos campi conversando com os alunos e achando de fato, o momento inadequado para essas pequenas paralisações - causa grande inquietação no meio estudantil que a miúde percebe de fato a fragilidade do movimento.

Considero verdadeiramente esse modo desordenado de agir dos nossos docentes, como um instrumento coercitivo infligido a eles próprios, por eles próprios, auto-flagelação e auto piedade. Vitimas de um sistema opressor, acabam sem determinação para chegarem até ao fim de seus propósitos e entregam costumeiramente os pontos em um mísero acordo, segundo alguns, quase sempre não cumprido. E a novela continua... Bem que o próximo capítulo poderia ser diferente, caso se decidissem por travar uma luta verdadeira, mesmo que a fome e a miséria perdurassem por algum tempo, mesmo que a peleja se transformasse em algo muito grande, a exemplo do que fizeram tantos outros seres humanos, como Gandi, Mandela, Zumbi ... Que nos deixaram seu legado na luta pelos direitos e pela justiça. Cada um de modo peculiar; uns pelas armas, outros pela greve de fome, mas todos souberam a seu modo atingir seus objetivos ainda que isso tenha custado caro para muitas vidas.

É! Já não se faz uma bela revolução há muito tempo! Já não se articula, arquiteta, planeja, arrisca e enfrenta o que realmente incomoda, de forma a se ter um mínimo de chance de vitória. O que se percebe na UNEB na verdade, é uma fraca mobilização na hora errada, que em nada resultará a não ser a folga para alguns alunos e professores que deverão aproveitar para o lazer ou qualquer outra atividade. No mais, para o Campus IV pólo universitário essas paralisações serão uma perda e especialmente para os estudantes, só resta lamentar, reclamar o direito constitucional de estudar em uma Universidade Pública e de qualidade. Os alunos têm o direito de não aceitarem mais uma bola de pingue-pongue entre o Governo do Estado e os docentes unebianos, joguete, portanto.

Todo ano mais um capítulo dessa novela tem prosseguimento. Algumas promessas não são cumpridas, e os professores após no máximo três meses de salários atrasados, pedem arrego, retornam cabisbaixos e no ano seguinte reivindicam o cumprimento das caducas promessas e aproveitam para acrescentarem mais algumas... E, assim, a novela continua... Quem sempre sai ganhando? E dessa forma, fica bem melhor(para quem tem poder aquisitivo bom), entrar em uma Universidade paga, pelo menos se tem à garantia de poder competir no mercado de trabalho em tempo hábil; além de não passar pelo STRESSE anual causado por uma categoria que infelizmente não tem sabido mobilizar um grande e histórico movimento, capaz de fazer os comandantes do sistema educacional baiano parar e refletir sobre perdas e danos não só para a educação específica da Universidade, mas, para todo o mecanismo que esse sistema engloba, isso tendo a mídia como grande aliada, as multidões organizadas a exemplo dos estudantes e professores do Chile e dos jovens da França que não se intimidaram e partiram para a luta. Porque lutar é preciso, mas é mais preciso ainda usar a razão, buscar os meios, cercar os lados, conseguir aliados, forças mil, calcular perdas e ganhos. Lutar sim, após um grande e criterioso planejamento para aquisição dos recursos financeiros, sensibilização, trabalho de base contínuo, articulações...Atirar no escuro é assinar o óbito precocemente.

Querem saber mais? Venham cursar a disciplina patiologia na UNEB Campus IV, principalmente no período pós-greve e ouvirão cobras e lagartos dos alunos revoltados com o arrocho de trabalhos e professores mal humorados, falando mal da Reitoria, da Secretaria da Educação e do Governo do Estado. Sábio foi Sidarta Guatama, o Buda, que nos ensinou trilhar sempre pelo caminho do meio.