A INCREDULIDADE HUMANA
A INCREDULIDADE HUMANA
O écran da mídia escrita e televisiva tem se tornado uma violência só. Crimes brutais, hediondos, assaltos de diversos matizes, seqüestros, exploração sexual, consumo e tráfico de drogas sem distinção de classe social, furtos, roubos, descuidos e outras mazelas que formam o “crime organizado”. Como tanto coisa desorganizada pode-se transformar em organizada? O homem de bem, o cidadão sofre horrores para levar uma vida sem transtornos e preocupações. O bem está no ato de refletir e será para os adeptos religiosos a interpretação muita particular dessa ou daquela escritura sagrada. Para o artista, será a inspiração materializada em obras de valor estético. Para os cientistas, será o desenvolvimento de fórmulas e equações que agreguem conhecimentos novos. O bem de cada um nem sempre significa o bem do homem. (Clayton Levy). Ninguém nega a importância dessas expressões no processo de evolução sociocultural. Todavia, todas elas, embora respeitáveis, quase sempre revelam uma visão exclusivista, estando ainda muito ligada ao ego. E toda vez que o ego predomina na personalidade humana, o bem jamais consegue expandir-se de forma integral. O tempo passa, os dias se vão, mas o homem sempre incrédulo a estas assertivas. Jesus sempre afirmava: ”Sede perfeitos”, mas o ser humano não nasceu com esse dom. A linguagem do Mestre, austera e delicada ao mesmo tempo, para fazer determinadas afirmativas, usava da parábola que colocava as coisas em seus devidos lugares e nunca apontou o dedo para nenhuma falha pessoal. As tolices cometidas pelos humanos devem ser combatidas. Quantas vezes o homem procura o caminho da paz para a sua alma e queda-se, aturdido, diante de situações difíceis; dificuldades, complicação e cipoadas e não encontra saída. Torna-se desanimado, sofredor e corroído pela amargura. Se o homem não nasceu perfeito devia instruir-se pelo menos e se aproximar dessa perfeição e não se entregar aos labores das imperfeições da vida. O orgulho estabelece a neurastenia sistemática, a gula produz a deformidade física, o vício gera monstruosidades, a tristeza prolongada deixa na alma o cupim das moléstias indefiníveis. A inveja situa o homem na preguiça e na maledicência, o ciúme arrebata ao ridículo e a maldade encontra sempre a casa escura do crime. Sejamos crédulos.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ACADÊMICO DA ALOMERCE