SOU DEUS

Ontem fui a uma palestra, cujo tema era bastante empolgante - o sucesso não é por acaso! - Não que eu seja incrédulo ou desconfiado, mas quis presenciar de perto. Pensava que talvez seria um exposição de idéias conscientes e bem direcionadas. Lêdo engano!!!

O palestrista foi um senhor por volta dos 50 (cinquenta) anos. Muito bem vestido e todo adornado de ouro. Explico: relógio hiper-brilhante, pulseiras também e para minha surpresa, um colar com um brilho muito amarelado duelava euforicamente com a gravata daquele senhor.

Como não podia ser diferente, o palestrista tinha uma retórica muito bem estruturada. Inicialmente, citou vários exemplos que nós, em nosso cotidiano, nunca temos condições de, efetivamente, fazer, como exemplo: antes de irmos trabalhar, temos que tomar um banho de piscina, com água morna, logo em seguida, ficarmos por volta de 30 (trinta) minutos numa sauna e, somente depois, tomarmos o delicioso café. Foram essas as palavras daquele senhor. Havia me esquecido, nunca devemos nos esquecer de tomar um suco de açaí, em seguida à sauna.

Pois bem, imaginava que talvez estivesse em outro local. Embora trouxesse em minha mente a certeza que havia adentrado ao portão da Universidade. E pensar que a Fundação que tanto dá apóio aos estudantes (...) estava arcando com os altos custos daquela rica e incomensurável palestra.

Não quero perfilar todos os ícones que foram trabalhados na inesquecível palestra. Mas sou forçado pela minha índole a dissertar algo que realmente foi comovente, logo no meio da palestra, aquele bem vestido Senhor disse que: "para que sintamos melhor, essencialmente, é necessário que nós, seres humanos, conscientizemos de que nós mesmos, não mais que ninguém, somos nossos próprios deuses, ou seja, eu Sou Deus!!! Infelizmente, depois dessa frase, não suportei, retirei-me daquele auditório público decente e que vários docentes que estavam presentes, também, queriam fazer o mesmo, mas por questões de formalismo ou coragem, mantiveram-se ali.

Imagine, caro amigo e amiga, sermos nossos próprios deuses. Nunca havia pensado em tal asneira. Como dizia meu pai: há pessoas que não conseguem se conter em serem simplesmente humanas... E pior, ao tentar buscar uma nova roupagem, acabam se tornando ridículas e vazias.

Clovis RF
Enviado por Clovis RF em 12/02/2008
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