Palavrões substitutos
Sim! Depois dos senadores substitutos, aqueles que aparecem no senado sem serem votados, pior, que ninguém sabia que ele era aliado do seu candidato! Depois dos remédios genéricos, que fazem o maior sucesso – os efeitos nem sempre. Os cidadãos de bem desse país bretão desenvolveram os palavrões substitutos.
Você pode nunca ter ouvido falar nesse termo, mas saberá nas linhas abaixo que você mesmo já as usou.
Ele é mais ouvido em comunidades evangélicas ou sociedades que primam pelo linguajar puro. O cidadão está com aquela raiva do companheiro, então, ele planeja em sua massa encefálica um palavrão que o rebaixe. Aí! Lembra que isso prejudicará suas relações – seja qual for – e solta um discreto e simpático palavrão substituto.
Vejamos alguns dos milhares de exemplos.
Um infeliz qualquer pisa em seu pé, e você sabe que foi de propósito, de imediato sua língua coça para chamá-lo de filho de uma eqüina – o famoso: “Ah! Fi duma égua!”. E o que você faz? Muda o adjetivo. “Ah! Fi duma mãe!”, diz aos gritos. Funciona-se? Não sei. Mas ninguém poderá ti processar por uma coisa que você não falou, não acha?
A irmã está retáda com o irmão – ops! Retada não! Chateada! – e já vai soltar um: “peste safado”, quando percebe a presença de alguma autoridade do lar e solta “você é chato, chato, chato...”. Percebeu a lógica?
Também conhecida como eufemismo, os palavrões substitutos reinam soberanos nos Senados, Câmaras de Deputados – menos, é claro, na Venezuela e Bolívia. “O senhor está faltando com a verdade deputado!”, se exalto outro deputado quando na verdade queria dizer mesmo era: “o senhor é um mentiroso inescrupuloso deputado!”. Entre vários outros.
Agora, caprichado, lingüístico e sofisticado será o que meu velho soltará ao ver meu texto cheio de palavrões. “Ah sujeito sem predicado!”, dirá nervoso.