FABULA DO MENSALÃO

Com dez anos pegava moedas do cofrinho do meu irmão menor...

A mãe viu...

Prometeu que nunca faria isso...

Com o irmão...

Aos quinze era coroinha e desviava o dinheiro do dízimo...

Foi ao confessionário, rezou cinqüenta pais nossos, duzentas ave-marias e trezentas salve-rainhas e o padre perdoou...

Aos dezessete juntava uma grana batendo carteira e furtando bolsas de velhinhas na Praça da Sé...

Passou um tempo na FEBEM e aos dezoito estava perdoado...

Aí descobriu a chave do perdão...

Entrou para a política...

Primeiro uma assessoria... Não sumiu nenhum “esse”...

Regenerou-se...

Era a solução...

Ajeitou a vida...

Ganhou um tal de foro privilegiado...

Recebe verbas de lugares que não sei onde são...

Há valores não contabilizados...

Ganha presentes caros e carros...

Ou furta em magazines

Um barato total...

O segredo é nunca saber de nada...

Faz acordos...

No congresso...

Na assembléia...

Na câmara...

Na frente do juiz...

Presta serviços comunitários...

De paletó, gravata e motorista...

Pronto, mais um perdão...

Só está com um problema...

Tem uma coceirinha que não pára...

Não tem problema não...

Tem dinheiro, não é preto, nem prostituta...

Não é ladrão, não...

É cleptomaníaco...

Conselho aos céus:

“Pedrão, esconde o chaveiro que um dia ele chega aí...”

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 11/02/2008
Reeditado em 11/02/2008
Código do texto: T854674
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