FABULA DO MENSALÃO
Com dez anos pegava moedas do cofrinho do meu irmão menor...
A mãe viu...
Prometeu que nunca faria isso...
Com o irmão...
Aos quinze era coroinha e desviava o dinheiro do dízimo...
Foi ao confessionário, rezou cinqüenta pais nossos, duzentas ave-marias e trezentas salve-rainhas e o padre perdoou...
Aos dezessete juntava uma grana batendo carteira e furtando bolsas de velhinhas na Praça da Sé...
Passou um tempo na FEBEM e aos dezoito estava perdoado...
Aí descobriu a chave do perdão...
Entrou para a política...
Primeiro uma assessoria... Não sumiu nenhum “esse”...
Regenerou-se...
Era a solução...
Ajeitou a vida...
Ganhou um tal de foro privilegiado...
Recebe verbas de lugares que não sei onde são...
Há valores não contabilizados...
Ganha presentes caros e carros...
Ou furta em magazines
Um barato total...
O segredo é nunca saber de nada...
Faz acordos...
No congresso...
Na assembléia...
Na câmara...
Na frente do juiz...
Presta serviços comunitários...
De paletó, gravata e motorista...
Pronto, mais um perdão...
Só está com um problema...
Tem uma coceirinha que não pára...
Não tem problema não...
Tem dinheiro, não é preto, nem prostituta...
Não é ladrão, não...
É cleptomaníaco...
Conselho aos céus:
“Pedrão, esconde o chaveiro que um dia ele chega aí...”