METALINGUAGEM

Escrever crônicas é como contar um causo. Lembra-se de uma história contada por alguém, presta-se atenção a figuras interessantes na rua, sem querer, é claro, mera observação. Vivenciam-se fatos interessantes e coloca-se tudo no papel.

E os pedidos? Eles chovem! As pessoas, quando sabem que escrevo crônicas, me contam acontecimentos que acham engraçados e pedem para eu escrever e mandar-lhes o texto. Elas me cobram, como se fosse uma mercadoria de pronta entrega, um produto de manufatura que se escolhe o material a ser usado, junta-se tudo e está pronto!

Outro dia, pediram-me que colocasse no papel um fato que aconteceu com uma amiga, ela ficou presa do lado de fora de sua casa só de calcinha e sutiã. Eu disse que essa já existia, Sabino iria achar ruim comigo, e eu não seria nada original. Mas não é engraçado? Ela disse. É, mas...

Às vezes é difícil explicar que crônica não foi feita só para coisas engraçadas, podemos escrever sobre tudo do mundo, do dia-a-dia, de memórias, reflexões, tudo!

Escrever crônicas é sedutor. Começa-se e não se quer mais parar. Palavra puxa palavra. Várias vezes me emociono escrevendo. Gosto de pôr no papel, mesmo sabendo que ela pode não ser lida por ninguém.

Quando eu era adolescente, escrevia diários, agora que os anos me trouxeram experiências de vida, escrevo crônicas.