África do Sul (torcendo por eles)

Segregação racial. Quantos livros, músicas, discursos, mártires? Um governo de tiranos impunes praticando barbáries, um país em pé-de-guerra. Essa era minha visão da África do Sul de então, Setembro de 1989.

Nelson Mandela, o herói da resistência negra ainda preso... Winnie, símbolo da mulher lutadora e fiel às suas raízes... Milton nascimento, o poeta e cantor que mais contribuiu para enraizar em mim essa certeza.

“Reviver tudo o que sofreu
Porto de desesperança e lágrima
Dor de solidão, reza pra teus orixás
Guarda o toque do tambor
Pra saudar tua beleza
Na volta da razão
Pele negra, quente e meiga
Teu corpo e o suor para a dança da alegria
E mil asas pra voar que haverão de vir um dia
E que chegue já...
A canção segue a torcer por nós”
(Lágrima do Sul)

Quem não torceu pelos negros da África do Sul é porque não tinha conhecimento ou coração.

Na época, o apartheid era uma grande restrição para que alguns países fizessem comércio com a Africa do Sul, sendo um deles a Suecia. O mercado de equipamentos para as minas de diamante era muito grande e o Brasil mantinha relações normais com o regime Sul-Africano. Pronto, ao invés da Suecia, a fábrica Brasileira poderia ser a alternativa. E lá fui eu.




Leo Della Volpe
Enviado por Leo Della Volpe em 09/02/2008
Reeditado em 25/03/2011
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