Coisas nossas e do português...
Trago da visita feita ao “I Congresso Municipal de Educação, de Guanambi”, Bahia, que foi realizado em três dias em conjunto com “12ª Jornada Pedagógica”, um pouco da experiência que venho passar aqui. Não que nunca tenha havido antes evento de natureza pedagógica neste estilo e também que seja a primeira grande reunião de educadores, em tantos anos de existência das escolas! Cada um que chega, mesmo sendo coisa antiga e repetida, quer ser dono do grito de heureca! Abro parênteses, eu que propago ser luterano, para dizer um fato interessante: Os espíritas promovem em cada ano, do Oiapoque ao Chuí, uma dezena de eventos com o nome de “Encontro Fraterno Auta de Souza”, já devem estar contando os 1.200 encontros, cada um é numerado cronologicamente do 1º ao atual, de sorte que ninguém de um grupo realizador pede para si o mérito da iniciativa, senão quem o realizou no passado pela primeira vez. Seria mais próprio à educação tudo acontecer de forma continuada!
Mas o assunto é outro. Falo, pela escrita, sobre as “jornadas pedagógicas” que a cada ano, além das que participo, faço a cobertura para o meu jornal “Vanguarda” e já estou colhendo material para o jornal de professores, “Nova Cultura”, que deve ter lançamento bimestral a partir do mês de maio. Mas falando sobre o congresso realizado na terra do ex-algodão lembro que na educação os princípios raramente mudam, e tendo como exceção para o ensino da cultura folclórica, na cultura contemporânea se altera a cada ciclo ou até a cada safra! Risos? O que em cultura uma coisa é evidência de hoje, em um ano seguinte é passado. Eis a necessidade do Aprendizado Transversal, que deve servir como objeto de ensino as culturas regionais e de momento, com os assuntos que venham a se destacar em determinado tempo contemporâneo.
As “jornadas pedagógicas” servem ao professor como um aprendizado transversal; nela há uma confraternização entre todos, oportunidade lúdica para a troca de novas culturas, a evidência do momento na visão de cada um. Nelas, além dos projetados educadores dos confins do Brasil, devem ser convidados, em nível de palestrantes, educadores que vivenciem a realidade local. São os que sentem mais precisamente as evoluções da cultura próxima. Algo que eu venho observando faltar nas jornadas são as discussões sobre fatos preponderantes ao desenvolvimento da municipalidade, principalmente o estudo do quadro político atual e futuro, uma vez que é na política que se assentam os pilares da educação, cultura, segurança, saúde, transporte, lazer etc. Tudo é interligado!
Também registro durante a jornada um encontro, rápido como consulta médica do SUS, com a doutora em língua portuguesa pela PUC/SP Rossana Ramos, natural do Rio de Janeiro que serviu cultura em São Paulo e hoje radicada em Petrolina, Pernambuco, autora do livro “200 dias de leitura e escrita na Escola”, em segunda edição, e que tem a capa ilustrada com um retrato (acima) do descaso por nossa escrita, Há quem escreva errado e quer se leia certo, “serveja” e “cinuca”, erros que só combinam no botequim! Professores têm a obrigação de ver o novo, de saber e levar quase tudo o que conhecem não só em sala de aula, mas no dia a dia, no caso algum já deveria ter corrigido tais erros. Não concebo e não acredito que um educador ao ver em frente a uma loja escrito “alfaiataria aguia de ouro”, não faça a caridade de dizer ao alfaiate que a placa foi “costurada” errada. Amei a fala rápida com doutora Rossana, que doravante quando eu tiver que medicar minha escrita, eu farei consultas ao estilo hospital público, sem pagar!
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Seu Pedro é o jornalista e o educador Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi, Bahia, palestrante sobre Ética nas Escolas, participa de Jornadas Pedagógicas, tem cursos de extensão em jornalismo investigativo pelo The Knight Center for Journalism da Universidade do Texas, USA, e ratificação do título de “Jornalista do Sertão” pela Universidade de Londres. Membro efetivo da Academa Poçoense de Letras - APOLO.