Obsessão

Obsessão, uma doença, se apodera de nossos sentimentos, faz com que pareçam serem feitos de vidro; esnobe e viril, tira-nos o controle. Mastiga o que somos, perdemos nosso tempo pensando em algo que não é importante; na verdade, manifesta-se quando algo que queremos não é retribuído. Pessoas acometidas por obsessão podem ser vistas como mimadas, que não sabem receber um “não”.

Tem cura, mas requer lágrimas, tem solução, mas requer perdição, somos como fantoches, agindo nas mãos do inexplicável. Queremos parar, mas não conseguimos, sabemos que uma hora tem que acabar, mas não temos coragem, é uma zona de conforto bizarra da qual temos medo de sair, um mal com o qual há tempo nos habituamos a conviver.

E com os amores platônicos então! Dúvidas infundadas, medos, pavores até, que não saem da mente. Conseguirei sobreviver sem mandar um e-mail para ele? Será que ela está pensando em mim? Que faço se perder o seu contato? Ela sobreviveu sem mim, que dor... Acredito que a maioria das obsessões seja no campo amoroso, onde vivenciamos nossos sentimentos mais intensos; aparentemente onde dedicamos maior parte do nosso tempo. Dependência absoluta, nosso “eu” enfrenta um sofrimento crônico por outra pessoa, já não estamos mais no controle.

Perder o controle? Sim, perder o controle é coisa de adulto também. Vemo-nos num labirinto sem saída, pensando cada dia no mesmo assunto, buscamos infinitamente algo que nos console, nos permita conquistar essa pessoa ou nos faça esquecê-la de vez, algo que cure nossa dependência. Ar! Quero ar! Quero poder respirar, livre de qualquer um desses sentimentos que nos engolem por inteiro. Quero ser novamente dona do meu ser, do meu amanhã, quero poder andar tranqüila nas ruas, sentindo o vento bater no rosto. Quero, preciso, necessito, exijo! Não posso mais gastar meu tempo “maquinando”, ocupando integralmente meus pensamentos, voltando toda minha capacidade mental para uma única pessoa ou algo que me desestabilize.

Quero voar, sem medo de ser feliz; eu, em minha companhia, somente eu.

Colocamos a cabeça no travesseiro e não conseguimos dormir, algo martiriza nossos sentimentos, totalmente sem controle, parece ter vida própria. Um bicho de sete cabeças que quer nos devorar!

Louca, eu? Não, só comentando um pouco sobre problemas que grande maioria das pessoas enfrenta, mesmo sem precisarem.

Cadê a pessoa que estava aqui? O monstro da obsessão devorou.

Taís H
Enviado por Taís H em 08/02/2008
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