EDUCAÇÃO DOS FILHOS
Educar os filhos não é uma tarefa fácil. Acredito que o primeiro passo é o exemplo, eis que num primeiro momento, quando vislumbramos a existência do processo empírico do conhecimento, temos de estarmos preparados para refletir uma imagem segura e serena para os filhos de uma forma tal que eles possam vivenciar coisas boas e em contrapartida não terem nada para afirmar como “desforra” no momento em que recebem um conselho, pois não existindo esse exemplo salutar; a primeira coisa que a criança diz é: - Você faz por que eu não posso fazer?
Alguns pais ao depararem com as dificuldades que a educação traz durante o crescimento dos filhos, procuram informar-se com os doutrinadores e estudiosos no ramo, para que possam lidar com as diversas situações de uma forma que seja produtiva e, sobretudo, para poderem evitar que determinadas posições adotadas pelos pais sejam causadoras de traumas que possam num futuro remoto serem encaradas como uma lesão ao processo de educação. Outros porém, mais conservadores, procuram se espelhar nos exemplos do passado com a justitificativa de verem um resultado profícuo na atualidade; pensam que essa conclusão revela um tendência adequada quanto aos meios que foram utilizados. Há também aqueles que se deixam levar pela vida, conforme apregoa a música do Zeca Padodinho, deixando que os filhos vivam em liberdade plena, não havendo nenhuma regra ou princípio que possa cercear os abusos que são naturais em cada ser humano.
Penso que todas essas formas de conduta por parte dos pais dão resultado, que podem ser eficientes ou desastrosos. Não há dúvida, porém, que os pais que mais se preocupam e procuram a literatura para colher ensinamentos e princípios básicos de educação, acabam conseguindo melhores resultados, tendo em vista que no mundo moderno e diante de uma intensa comunicação entre os povos de diversas raças e credos, as teorias e a prática co-habitam num mesmo eixo de relações, diagnosticando os problemas e operando condutas de forma tal que o equilíbrio entre as ações paternas não sejam nem para mais e nem para menos, ou seja, não podem dizer muito não e nem dizer muito sim, tangenciando suas decisões entre uma ótica disciplinar e dentro de uma visão global da evolução dos tempos de uma forma que o passado não seja regra, mas só exemplo. Dizer a um filho que deve agir conforme você agiu no passado, pode ser perigoso, pois quando seu filho souber de alguma traquinagem da sua infância, isso se voltará contra o seu próprio discurso. Assim, o melhor é abrir o jogo e dizer o que você fez de errado (como exemplo) e também dizer qual foi a conseqüência de seu ato impensado, pois assim quando ele se ver envolvido numa mesmo situação não agirá por impulso (como você agiu), por ter conhecimento prévio sobre o resultado danoso.
Por outro lado, a pior fase é a adolescência. Creio que nesse momento a primeira função do pai é entender que o filho ou a filha está numa idade crítica sob o ponto de vista educacional, cujos princípios fogem ao alcance mediano no processo educativo, tendo em vista que o adolescente não vê as pessoas que estão ao seu lado como aquelas que podem ser seu apoio, já que até então foi objeto de subjugação e nesse instante quer subir um degrau de sua personalidade e para isso precisa contestar os métodos que a subjugaram até então. Daí a razão do jovem adolescente ouvir mais alguém que não seja do seu convívio, do que os próprios pais, porque deseja quebrar a relação de subserviência. Neste caso, os pais devem ter muita cautela primeiramente entendendo essa evolução da personalidade e depois procurando adequar-se à nova situação, ouvindo mais e aconselhando menos. Aquilo que for possível concordar é até bom, mas nunca olvidando que você não está disponível para aceitar tudo aquilo que foge do aspecto disciplinar. Nessa etapa os pais têm de ser diplomáticos, como se estivessem tratando com estrangeiros, admitindo a autonomia política, mas nunca econômica, pois esta última é a única dose eficiente para frear os abusos.
Enfim, educar é uma arte. O resultado de um quadro que um bom pintor está pincelando só será observado e visto como um resultado satisfatório depois de passados alguns anos e sua tela significar para alguém do futuro um retrospecto do que existiu no passado. Assim, é a educação pois enquanto você pinta o dia-a-dia do seu filho, dando-lhe educação, as pinceladas são marcadas e chamuscadas pelas tintas que só dão a cor necessária, mas o cenário só pode ser construído e observado num futuro remoto.