Eu, minha rosa e o mar
Eu estava com a minha namorada na praia de Iracema, olhando o Mara Hope naufragado, olhando o mar insistir em tentar atirar-se contra nós, de dia, na Ponte dos Ingleses, de noite, sentados num banco longe da Ponte Metálica, mas perto do mar. Estávamos debaixo do Sol, depois olhando as estrelas e a Lua! Cheia e solitária, observando-nos abraçados, refletindo eternamente a fonte da vida, a grandeza que nos permite a bela surpresa que é a visão do desabrochar de uma rosa. Eu me dei à minha namorada, como ela se entregou em seus beijos aos meus braços e ficamos contagiados com aquele cheiro salgado de mar. Espumas de uma água suja, mas poética, embora não permita o banho, destrói o aterro ali construído, revelando mais uma vez a fúria da natureza. E ficamos ali, abraçados, eu e minha rosa até sentirmos receio de passar a noite naquela praia cheia de sombras. Fomos embora ainda abraçados e nos despedimos já saudosos de nossas carícias. A noite foi leve e calma, como se aguardasse o alvorecer de novos dias, uma seqüência feliz deles.