Phoenix, Arizona (1), uma velha canção no radio
Quando tinha meus 14, 15 anos e ainda trabalhava no Cortume Cantúsio, havia um programa na falecida(?) Tupi de São Paulo: “Correspondente musical”, apresentado pelo Helio Ribeiro e que coincidia com meu horário de almoço. Ao terminar a 1 da tarde, servia como sinal de que estava na hora de voltar ao trabalho, percorrendo as 2 quadras entre minha casa e o Cortume.
Ouvia e programa lendo o Estadão, que meu pai passou a comprar em substituição à Gazeta Esportiva, que ele gostava tanto, só porque eu disse que era mais interessante e instrutivo... Ah se eu pudesse voltar no tempo e dar-lhe todas as “Gazetas”que ele não leu...
Mas a seleção musical do programa era de primeira: MPB(como se dizia na época), com Chico Buarque do Brasil, Caetano, Taiguara, Elis, Milton Nascimento, Mutantes, Toquinho e Vinícius... quase todos eles até hoje permanecendo como ícones de qualidade musical,vejam só... mesclada com música internacional: Beatles, Simon &Garfunkel, The Mamas and the Papas, Jackson Five (começo do Mikael Jackson com os irmãos), Rolling Stones, Elvis, Aretha Franklin e o infalível Johnny Rivers.
O Helio Ribeiro fez história no rádio brasileiro, até inspirando um personagem do Chico Anysio na época: o Roberval Tayyyyylor. Era o diretor artístico da Tupi e responsável por uma revolução na linguagem radiofônica.
Uma das ousadias do Helio na Tupi foi dar um “chapéu”nas outras emissoras de rádio de São Paulo na época da loteria esportiva, pois ele sabia que as outras “grandes”: Bandeirantes, Panamericana, Record e todas as demais, apenas ouviam a Tupi(que tinha correspondentes e radio-escutas espalhados por todo o Brasil) e davam os resultados dos jogos segundos após ouvirem o plantonista da Tupi. Pois bem, ele determinou que fosse para o ar uma “barriga”: a evolução da contagem num jogo de Pernambuco entre Santa Cruz e Íbis(então considerado o pior time do mundo) e que estaria ganhando do Santa Cruz por 4 a zero. Todas emissoras repetiram a “coluna 2”, a “grande zebra da rodada” e só depois a Tupi corrigiu e anunciou que era apenas para ver se todas as outras emissoras tinham a mesma cobertura que ela.... Imaginem a cara-de-pau das outras emissoras para corrigirem também...
Mas o programa do Helio tinha uma inovação muito interessante (e a bem da verdade até hoje mais ou menos inédita) que era a de traduzir as músicas estrangeiras para o nosso idioma e isso dava uma razão adicional para ouvi-lo: entender o sentido das músicas e não apenas o rítmo. Ele sempre dizia : “- Esse programa aqui é ouvido pela moça do Karman Ghia vermelho...”. Quem seria ?
Uma das músicas que ele sempre traduzia era “By the time I get to Phoenix”, do Johnny Rivers: essa música conta a história de um jovem apaixonado tratado com indiferença pela namorada e que, finalmente, resolve tomar uma atitude:
“By the time I get to Phoenix (quando eu estiver chegando a Fênix), ela estará acordando e imaginando que será mais um dia em que eu insistirei para que fique ao meu lado.. By the time I make Albuquerque (quando eu estiver chegando em Albuquerque) já será o horário do almoço e ela começará a estranhar por eu não ter ligado ainda... By the time I reach Oklahoma (quando eu chegar a Oklahoma) durante a noite, ela tentará ligar-me, mas o telefone tocará sem resposta. Ela vai chorar, pois só então ficará convencida que o bilhete que eu tantas vezes deixei agora era pra valer.... She’ll cry looking at the note that says that I’m leaving...
Chego a Phoenix, Arizona, U.S...
Quando tinha meus 14, 15 anos e ainda trabalhava no Cortume Cantúsio, havia um programa na falecida(?) Tupi de São Paulo: “Correspondente musical”, apresentado pelo Helio Ribeiro e que coincidia com meu horário de almoço. Ao terminar a 1 da tarde, servia como sinal de que estava na hora de voltar ao trabalho, percorrendo as 2 quadras entre minha casa e o Cortume.
Ouvia e programa lendo o Estadão, que meu pai passou a comprar em substituição à Gazeta Esportiva, que ele gostava tanto, só porque eu disse que era mais interessante e instrutivo... Ah se eu pudesse voltar no tempo e dar-lhe todas as “Gazetas”que ele não leu...
Mas a seleção musical do programa era de primeira: MPB(como se dizia na época), com Chico Buarque do Brasil, Caetano, Taiguara, Elis, Milton Nascimento, Mutantes, Toquinho e Vinícius... quase todos eles até hoje permanecendo como ícones de qualidade musical,vejam só... mesclada com música internacional: Beatles, Simon &Garfunkel, The Mamas and the Papas, Jackson Five (começo do Mikael Jackson com os irmãos), Rolling Stones, Elvis, Aretha Franklin e o infalível Johnny Rivers.
O Helio Ribeiro fez história no rádio brasileiro, até inspirando um personagem do Chico Anysio na época: o Roberval Tayyyyylor. Era o diretor artístico da Tupi e responsável por uma revolução na linguagem radiofônica.
Uma das ousadias do Helio na Tupi foi dar um “chapéu”nas outras emissoras de rádio de São Paulo na época da loteria esportiva, pois ele sabia que as outras “grandes”: Bandeirantes, Panamericana, Record e todas as demais, apenas ouviam a Tupi(que tinha correspondentes e radio-escutas espalhados por todo o Brasil) e davam os resultados dos jogos segundos após ouvirem o plantonista da Tupi. Pois bem, ele determinou que fosse para o ar uma “barriga”: a evolução da contagem num jogo de Pernambuco entre Santa Cruz e Íbis(então considerado o pior time do mundo) e que estaria ganhando do Santa Cruz por 4 a zero. Todas emissoras repetiram a “coluna 2”, a “grande zebra da rodada” e só depois a Tupi corrigiu e anunciou que era apenas para ver se todas as outras emissoras tinham a mesma cobertura que ela.... Imaginem a cara-de-pau das outras emissoras para corrigirem também...
Mas o programa do Helio tinha uma inovação muito interessante (e a bem da verdade até hoje mais ou menos inédita) que era a de traduzir as músicas estrangeiras para o nosso idioma e isso dava uma razão adicional para ouvi-lo: entender o sentido das músicas e não apenas o rítmo. Ele sempre dizia : “- Esse programa aqui é ouvido pela moça do Karman Ghia vermelho...”. Quem seria ?
Uma das músicas que ele sempre traduzia era “By the time I get to Phoenix”, do Johnny Rivers: essa música conta a história de um jovem apaixonado tratado com indiferença pela namorada e que, finalmente, resolve tomar uma atitude:
“By the time I get to Phoenix (quando eu estiver chegando a Fênix), ela estará acordando e imaginando que será mais um dia em que eu insistirei para que fique ao meu lado.. By the time I make Albuquerque (quando eu estiver chegando em Albuquerque) já será o horário do almoço e ela começará a estranhar por eu não ter ligado ainda... By the time I reach Oklahoma (quando eu chegar a Oklahoma) durante a noite, ela tentará ligar-me, mas o telefone tocará sem resposta. Ela vai chorar, pois só então ficará convencida que o bilhete que eu tantas vezes deixei agora era pra valer.... She’ll cry looking at the note that says that I’m leaving...
Chego a Phoenix, Arizona, U.S...